sábado, 27 de agosto de 2016

OUVIR É UMA ARTE

“Ó Senhor Deus, ouve a minha oração! Escuta o meu pedido”.
Salmo 143.1
No versículo citado encontramos dois verbos: o Ouvir, e o Escutar. Deus quando nos criou deu-nos uma boca e dois ouvidos. Isto implica que devemos falar menos e escutar mais. Existe um ditado chinês que diz: “O bom ouvinte colhe, enquanto o que fala semeia”. Há muitas pessoas que dão pouca importância para a capacidade de ouvir. Elas só estão preocupadas em falar, falar e falar.
Para isso, precisamos estar dispostos não simplesmente a ouvir as pessoas, mas escutar com atenção a cada um e cada uma.
Quando digo que ouvir é uma arte, é porque escutar é a capacidade de executar o ouvir. Escutar é ouvir com atenção, entender, compreender, perceber as preocupações de quem nos procura. Deus ouve as nossas orações e escuta nossos pedidos, ou seja, Ele entende e atende as nossas necessidades. Ele inclina os seus ouvidos e nos atende.
O grande número de pessoas mesmo cristãs, que se encontram hoje em tratamento psicológico, muitas vezes é por falta de quem os ouça; estes profissionais estão preparados e capacitados a escutar seus pacientes. Será que estamos também capacitados a tal tarefa? Ou só estamos prontos a falar, ditar o que as pessoas devem fazer, quando elas só precisariam de ouvidos e não de boca? O que as pessoas mais necessitam hoje é ser ouvidas.
Sem dúvida, ouvir é muito complicado, mas, ouvir torna-se eficaz quando quem escuta está capaz de discernir e compreender aquele ou aquela que fala, e o resultado disso é que o processo de comunicação é atingido. Ninguém gosta de ser tratado com desprezo, todos querem se sentir importante, e que esta importância seja devidamente reconhecida. Quem se observa escutado, sente-se muito gratificado. Na Bíblia encontramos várias referências sobre: “Quem tem ouvidos ouça...”.
Na igreja, por exemplo, é muito difícil a comunicação entre os mais jovens e os mais velhos, pelo fato de não compreendê-los. Para isso, é preciso que haja empatia, quero dizer: sentimento de identificação entre as pessoas. Agora me pergunto:
1. Tenho sido um bom ouvinte?
2. Tenho paciência em ouvir?
3. Tenho disposição em escutar?
4. Tenho a capacidade de guardar o que escutei?
Se tivermos estas quatro qualidades, estamos próximos de ser bons ouvintes. Na Epístola de São Tiago encontramos a seguinte expressão: “Lembre-se disto, meus queridos irmãos: cada um esteja pronto para ouvir, mas demore para falar e ficar com raiva”. (Tiago 1.19). Daí compreendo que, ouvir é melhor do que falar, ouvir é um ato de amor, por fim, ouvir é uma arte.

Rev. Daniel Barbosa