terça-feira, 22 de setembro de 2009

As Origens Intertestamentárias da Liturgia da Palavra


Reflexão Episcopal



A Editora Hagnos teve a feliz iniciativa de reeditar (a primeira edição foi de 1951) este ano a pequena-grande obra do pastor Enéas Tognini O Período Interbíblico – 400 Anos de Silêncio, onde o autor estuda o tempo do ‘silêncio profético’, também denominado de período intertestamentário, entre Malaquias e João Batista, focalizando os períodos persa, grego, dos macabeus e romano, que antecederam a chegada do Messias.Chama a atenção para o surgimento da instituição das sinagogas, durante o exílio babilônico, quando, na ausência do Templo e dos sacrifícios, a adoração comunitária se volta para a Palavra. No regresso do exílio, as sinagogas – com sua arquitetura, decoração, móveis e utensílios próprios – subsistem nas cidades judaicas e na diáspora (com o Templo reconstruído, e, outra vez destruído), se consolidando, historicamente, até os nossos dias.Uma Liturgia da Palavra foi sendo elaborada: com a invocação (‘Shema’), a Oração de Arrependimento (‘Semoneh Esreh’), as Leituras, a Pregação, uma Oração Conclusiva e uma Bênção Final. As Leituras eram três: da Torah (Pentateuco), dos Salmos e dos Profetas.As Igrejas do primeiro século partem desse modelo, deslocam o culto para o domingo, elaboram a Ceia do Senhor, e, posteriormente, com o fechamento do Cânon do Novo Testamento, acrescentam leituras desse: Epístolas e Evangelho. Com pequenas variações vamos encontrar essa Liturgia tanto no Oriente (Nestorianos, Pré-Calcedônios, Bizantinos e Uniatas), quando no Ocidente (Roma).A Primeira Reforma – Luterana e Anglicana – apenas retirando acréscimos posteriores considerados incompatíveis com os ensinos bíblicos e a tradição apostólica (reforma, não ruptura) – continuam com a Liturgia da Palavra, com ou sem a Liturgia Eucarística, com o Ano Eclesiástico dividido em quadras e com suas leituras que permitem aos fiéis a exposição à totalidade dos textos escriturísticos. As leituras de cada dia se harmonizam em torno de um tema central, e se sabe que a Palavra de Deus não volta vazia.É por essa prática que se afirma: “Os ministros luteranos e anglicanos são os únicos que são obrigados a pregar a Bíblia toda, e não apenas os seus versículos favoritos”.Nada mais sólido do que os sermões expositivos que cubram a totalidade de um livro da Bíblia, seu texto, seu contexto, seus atores, seus ensinos.Textos como pretexto, ou como ‘azeitona em empada’ para enfeitar o pensamento (cultura/ideologia/teologia) dos ministros-astros não parecem superar a superficialidade, bem como os versículos-pílulas de deus-ajuda, com muito contexto e escasso texto.O modelo litúrgico de uma hora de louvor subjetivo-verticalista-generalista-emotivista + uma hora de retórica + arrecadações + avisos + coreografias (com ou sem “descarregos”) está a anos luz das sinagogas e das Igrejas de muitos séculos.Que os pastores diminuam e Cristo cresça! Que a retórica humana diminua e a Palavra cresça!O Espírito que moveu os judeus no exílio a criar as sinagogas e elaborar a Liturgia da Palavra continua a ser invocado nas Paróquias, Missões e Pontos Missionários Anglicanos que não se ‘sentem cansadas’ de ouvir a Bíblia lida e exposta. Recife (PE), 21 de setembro de 2009.Festa de São Mateus, apóstolo e evangelista.+Dom Robinson Cavalcanti, oseBispo Diocesano


A Editora Hagnos teve a feliz iniciativa de reeditar (a primeira edição foi de 1951) este ano a pequena-grande obra do pastor Enéas Tognini O Período Interbíblico – 400 Anos de Silêncio, onde o autor estuda o tempo do ‘silêncio profético’, também denominado de período intertestamentário, entre Malaquias e João Batista, focalizando os períodos persa, grego, dos macabeus e romano, que antecederam a chegada do Messias.Chama a atenção para o surgimento da instituição das sinagogas, durante o exílio babilônico, quando, na ausência do Templo e dos sacrifícios, a adoração comunitária se volta para a Palavra. No regresso do exílio, as sinagogas – com sua arquitetura, decoração, móveis e utensílios próprios – subsistem nas cidades judaicas e na diáspora (com o Templo reconstruído, e, outra vez destruído), se consolidando, historicamente, até os nossos dias.Uma Liturgia da Palavra foi sendo elaborada: com a invocação (‘Shema’), a Oração de Arrependimento (‘Semoneh Esreh’), as Leituras, a Pregação, uma Oração Conclusiva e uma Bênção Final. As Leituras eram três: da Torah (Pentateuco), dos Salmos e dos Profetas.As Igrejas do primeiro século partem desse modelo, deslocam o culto para o domingo, elaboram a Ceia do Senhor, e, posteriormente, com o fechamento do Cânon do Novo Testamento, acrescentam leituras desse: Epístolas e Evangelho. Com pequenas variações vamos encontrar essa Liturgia tanto no Oriente (Nestorianos, Pré-Calcedônios, Bizantinos e Uniatas), quando no Ocidente (Roma).A Primeira Reforma – Luterana e Anglicana – apenas retirando acréscimos posteriores considerados incompatíveis com os ensinos bíblicos e a tradição apostólica (reforma, não ruptura) – continuam com a Liturgia da Palavra, com ou sem a Liturgia Eucarística, com o Ano Eclesiástico dividido em quadras e com suas leituras que permitem aos fiéis a exposição à totalidade dos textos escriturísticos. As leituras de cada dia se harmonizam em torno de um tema central, e se sabe que a Palavra de Deus não volta vazia.É por essa prática que se afirma: “Os ministros luteranos e anglicanos são os únicos que são obrigados a pregar a Bíblia toda, e não apenas os seus versículos favoritos”.Nada mais sólido do que os sermões expositivos que cubram a totalidade de um livro da Bíblia, seu texto, seu contexto, seus atores, seus ensinos.Textos como pretexto, ou como ‘azeitona em empada’ para enfeitar o pensamento (cultura/ideologia/teologia) dos ministros-astros não parecem superar a superficialidade, bem como os versículos-pílulas de deus-ajuda, com muito contexto e escasso texto.O modelo litúrgico de uma hora de louvor subjetivo-verticalista-generalista-emotivista + uma hora de retórica + arrecadações + avisos + coreografias (com ou sem “descarregos”) está a anos luz das sinagogas e das Igrejas de muitos séculos.Que os pastores diminuam e Cristo cresça! Que a retórica humana diminua e a Palavra cresça!O Espírito que moveu os judeus no exílio a criar as sinagogas e elaborar a Liturgia da Palavra continua a ser invocado nas Paróquias, Missões e Pontos Missionários Anglicanos que não se ‘sentem cansadas’ de ouvir a Bíblia lida e exposta. Recife (PE), 21 de setembro de 2009.Festa de São Mateus, apóstolo e evangelista.+Dom Robinson Cavalcanti, oseBispo DiocesanoA Editora Hagnos teve a feliz iniciativa de reeditar (a primeira edição foi de 1951) este ano a pequena-grande obra do pastor Enéas Tognini O Período Interbíblico – 400 Anos de Silêncio, onde o autor estuda o tempo do ‘silêncio profético’, também denominado de período intertestamentário, entre Malaquias e João Batista, focalizando os períodos persa, grego, dos macabeus e romano, que antecederam a chegada do Messias.Chama a atenção para o surgimento da instituição das sinagogas, durante o exílio babilônico, quando, na ausência do Templo e dos sacrifícios, a adoração comunitária se volta para a Palavra. No regresso do exílio, as sinagogas – com sua arquitetura, decoração, móveis e utensílios próprios – subsistem nas cidades judaicas e na diáspora (com o Templo reconstruído, e, outra vez destruído), se consolidando, historicamente, até os nossos dias.Uma Liturgia da Palavra foi sendo elaborada: com a invocação (‘Shema’), a Oração de Arrependimento (‘Semoneh Esreh’), as Leituras, a Pregação, uma Oração Conclusiva e uma Bênção Final. As Leituras eram três: da Torah (Pentateuco), dos Salmos e dos Profetas.As Igrejas do primeiro século partem desse modelo, deslocam o culto para o domingo, elaboram a Ceia do Senhor, e, posteriormente, com o fechamento do Cânon do Novo Testamento, acrescentam leituras desse: Epístolas e Evangelho. Com pequenas variações vamos encontrar essa Liturgia tanto no Oriente (Nestorianos, Pré-Calcedônios, Bizantinos e Uniatas), quando no Ocidente (Roma).A Primeira Reforma – Luterana e Anglicana – apenas retirando acréscimos posteriores considerados incompatíveis com os ensinos bíblicos e a tradição apostólica (reforma, não ruptura) – continuam com a Liturgia da Palavra, com ou sem a Liturgia Eucarística, com o Ano Eclesiástico dividido em quadras e com suas leituras que permitem aos fiéis a exposição à totalidade dos textos escriturísticos. As leituras de cada dia se harmonizam em torno de um tema central, e se sabe que a Palavra de Deus não volta vazia.É por essa prática que se afirma: “Os ministros luteranos e anglicanos são os únicos que são obrigados a pregar a Bíblia toda, e não apenas os seus versículos favoritos”.Nada mais sólido do que os sermões expositivos que cubram a totalidade de um livro da Bíblia, seu texto, seu contexto, seus atores, seus ensinos.Textos como pretexto, ou como ‘azeitona em empada’ para enfeitar o pensamento (cultura/ideologia/teologia) dos ministros-astros não parecem superar a superficialidade, bem como os versículos-pílulas de deus-ajuda, com muito contexto e escasso texto.O modelo litúrgico de uma hora de louvor subjetivo-verticalista-generalista-emotivista + uma hora de retórica + arrecadações + avisos + coreografias (com ou sem “descarregos”) está a anos luz das sinagogas e das Igrejas de muitos séculos.Que os pastores diminuam e Cristo cresça! Que a retórica humana diminua e a Palavra cresça!O Espírito que moveu os judeus no exílio a criar as sinagogas e elaborar a Liturgia da Palavra continua a ser invocado nas Paróquias, Missões e Pontos Missionários Anglicanos que não se ‘sentem cansadas’ de ouvir a Bíblia lida e exposta. Recife (PE), 21 de setembro de 2009.Festa de São Mateus, apóstolo e evangelista.+Dom Robinson Cavalcanti, oseBispo DiocesanoA Editora Hagnos teve a feliz iniciativa de reeditar (a primeira edição foi de 1951) este ano a pequena-grande obra do pastor Enéas Tognini O Período Interbíblico – 400 Anos de Silêncio, onde o autor estuda o tempo do ‘silêncio profético’, também denominado de período intertestamentário, entre Malaquias e João Batista, focalizando os períodos persa, grego, dos macabeus e romano, que antecederam a chegada do Messias.Chama a atenção para o surgimento da instituição das sinagogas, durante o exílio babilônico, quando, na ausência do Templo e dos sacrifícios, a adoração comunitária se volta para a Palavra. No regresso do exílio, as sinagogas – com sua arquitetura, decoração, móveis e utensílios próprios – subsistem nas cidades judaicas e na diáspora (com o Templo reconstruído, e, outra vez destruído), se consolidando, historicamente, até os nossos dias.Uma Liturgia da Palavra foi sendo elaborada: com a invocação (‘Shema’), a Oração de Arrependimento (‘Semoneh Esreh’), as Leituras, a Pregação, uma Oração Conclusiva e uma Bênção Final. As Leituras eram três: da Torah (Pentateuco), dos Salmos e dos Profetas.As Igrejas do primeiro século partem desse modelo, deslocam o culto para o domingo, elaboram a Ceia do Senhor, e, posteriormente, com o fechamento do Cânon do Novo Testamento, acrescentam leituras desse: Epístolas e Evangelho. Com pequenas variações vamos encontrar essa Liturgia tanto no Oriente (Nestorianos, Pré-Calcedônios, Bizantinos e Uniatas), quando no Ocidente (Roma).A Primeira Reforma – Luterana e Anglicana – apenas retirando acréscimos posteriores considerados incompatíveis com os ensinos bíblicos e a tradição apostólica (reforma, não ruptura) – continuam com a Liturgia da Palavra, com ou sem a Liturgia Eucarística, com o Ano Eclesiástico dividido em quadras e com suas leituras que permitem aos fiéis a exposição à totalidade dos textos escriturísticos. As leituras de cada dia se harmonizam em torno de um tema central, e se sabe que a Palavra de Deus não volta vazia.É por essa prática que se afirma: “Os ministros luteranos e anglicanos são os únicos que são obrigados a pregar a Bíblia toda, e não apenas os seus versículos favoritos”.Nada mais sólido do que os sermões expositivos que cubram a totalidade de um livro da Bíblia, seu texto, seu contexto, seus atores, seus ensinos.Textos como pretexto, ou como ‘azeitona em empada’ para enfeitar o pensamento (cultura/ideologia/teologia) dos ministros-astros não parecem superar a superficialidade, bem como os versículos-pílulas de deus-ajuda, com muito contexto e escasso texto.O modelo litúrgico de uma hora de louvor subjetivo-verticalista-generalista-emotivista + uma hora de retórica + arrecadações + avisos + coreografias (com ou sem “descarregos”) está a anos luz das sinagogas e das Igrejas de muitos séculos.Que os pastores diminuam e Cristo cresça! Que a retórica humana diminua e a Palavra cresça!O Espírito que moveu os judeus no exílio a criar as sinagogas e elaborar a Liturgia da Palavra continua a ser invocado nas Paróquias, Missões e Pontos Missionários Anglicanos que não se ‘sentem cansadas’ de ouvir a Bíblia lida e exposta.


Recife (PE), 21 de setembro de 2009.

Festa de São Mateus, apóstolo e evangelista.

+Dom Robinson Cavalcanti, ose

Bispo Diocesano