Pelo segundo ano consecutivo a Catedral Anglicana do Bom Samaritano (Deão Rev. Manoel Moraes, Coadjutor Rev. André Luiz de Souza) estará promovendo um Culto de Vigília de Fim de Ano diferente: música; conversa; distribuição de folhetos; pregação no “Terceiro Jardim”, na praia Pina/Boa Viagem. O grupo sairá do templo às 22h, e estará no local até as primeiras horas do novo ano de 2009. Divulgue! Convide! E participe! Afinal, a praia não é de Iemanjá, mas, como canta Feliciano Amaral: “o mar, é criação do Senhor!”.
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
domingo, 14 de dezembro de 2008
FERRO APRESENTA PROJETO PROMANGUE PARA MINISTRO
03-Dez-2008
O deputado Fernando Ferro (PT/PE) teve encontro nesta quarta-feira (03/12) com o Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
Ferro apresentou o projeto PROMANGUE, que prevê a recuperação de uma área de 361,93 hectares, na região do Pina, no Recife. O parlamentar evidenciou que a Universidade de Paris 8 manifestou intenção de estabelecer convênio com esta iniciativa e que o centro Josué de Castro também seria importante parceiro.
O projeto prevê ainda o cadastramento de pescadores e catadores de caranguejo na área Metropolitana do Recife, além de desenvolver programas educacionais para crianças.
O ministro MInc mostrou-se interessado no assunto e vai avaliar o projeto com brevidade.
domingo, 30 de novembro de 2008
Mensagem Episcopal de Advento
Sim ao Messias, Não a Mamon!
Amados irmãos e irmãs,
Começamos hoje um novo Ano Cristão. Tempo de olhar para frente, com fé e esperança na prática do amor. Tempo de se apropriar dos efeitos da Encarnação do Messias, do Ungido, do Salvador. Tempo de proclamação dessas verdades em um mundo secularizado, mas cuja crise econômica o recorda da sua fragilidade.
Preparemo-nos adequadamente para a celebração da Natividade do Senhor, tal como somos e estamos; tal como o mundo é e está.
Mas apontemos para a outra vinda, para o retorno glorioso com a cortina da História se fechando para sempre, e o palco da eternidade sendo o espaço da vida eterna.
Entre os natais, nós nascemos e renascemos, vivemos e testemunhamos.
Um abençoado Tempo de Advento para todos!
+ Robinson Cavalcanti, ose
Bispo Diocesano
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Ferro rebate críticas à política externa
O deputado Fernando Ferro rebateu nesta terça-feira (25/11)
Críticas recorrentes à atual política externa brasileira por diplomatas que serviram governo de FHC. "Gostaria de relembrar a esses diplomatas que estão participando do esforço de disputa política que eles esquecem que, por ocasião da diplomacia praticada no governo Fernando Henrique Cardoso, nós tivemos alguns episódios lastimáveis", disse o deputado. Ele se referiu, por exemplo, à demissão do embaixador José Maria Bustani da direção da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), em 2002, por pressão dos Estados Unidos, sem nenhuma reação do governo brasileiro. Ferro mostrou que o embaixador Bustani, atualmente chefiando a embaixada brasileira em Paris, mostrou uma "atitude corajosa à época", ao fazer um relatório em que desqualificava a tentativa dos Estados Unidos de afirmar que existiam armas químicas no Iraque, pretexto que foi usado depois pelo governo George W. Bush para invadir o país. "Por uma fraqueza do governo brasileiro, o embaixador Bustani foi afastado e o que ocupou o seu lugar permitiu que o relatório incluísse o Iraque como um país detentor de armas químicas", disse Ferro. O deputado disse estranhar a "valentia" que os diplomatas ligados ao governo tucano agora mostram contra países como Bolívia, Equador e outros vizinhos, como escreveu hoje em um jornal o embaixador Rubens Barbosa. "Esses mesmos valentes e audaciosos que exigem ações duras contra os países da América Latina eram extremamente servis com os interesses brasileiros quando se defrontavam com os Estados Unidos", disse o deputado. "É muito estranho esse tipo de gente corajosa contra os mais fracos; esse tipo de gente ousada e valente contra os mais humildes que, ao mesmo tempo, baixa a cabeça ao primeiro grito de alguém que tem força ou se apresenta como tal".
(com colaboração dos informes)
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Maná do Senhor 21.11. 2008
Texto Bíblico: Lucas 10.36-37: “Então Jesus perguntou ao mestre da Lei: Na sua opinião, qual desses três foi o próximo do homem assaltado? Aquele que o socorreu! Respondeu o mestre da Lei. E Jesus disse: Pois vá e faça a mesma coisa”.
Reflexão: A pergunta do mestre da Lei de quem era o seu próximo, faz com Jesus use uma ilustração para explicar. A parábola do Bom Samaritano revela como devemos proceder para com o nosso próximo. Jesus usa a imaginação do seu questionador para expor a todos nós como deveríamos exercer o nosso amor pelo próximo. Ele cita o caso de um sacerdote, um levita e um samaritano que tem contato com um homem que foi atacado por ladrões. Os dois primeiros passam ao largo e não o ajudam, ao contrário do samaritano que além de ajudá-lo, leva-o para uma hospedaria para que fosse melhor atendido. A pergunta do Senhor quem foi próximo do homem assaltado, faz com que o mestre da lei e nós, possamos refletir sobre as outras formas de não sê-lo. No caso do sacerdote, revela que não importa a nossa muita espiritualidade, a quantidade de dons e de unção que temos, se não houver amor em nosso coração de nada vale. Precisamos aprender que o amor é o que nos faz viver a essência do Senhor. Da mesma maneira é a questão do levita, líder na época de Jesus, torna-se um exemplo daqueles que abrem mão do amor ao próximo para viver a sua própria vida. Os levitas são a representação dos que podem fazer algo por seus irmãos mais necessitados, mas, simplesmente, se omitem. Falta-lhes um coração amoroso e pronto para exercer a sua missão na terra. Por fim, o samaritano. Jesus, algumas vezes, usa o extraordinário para mostrar como deve ser a nossa condição de servo. Um samaritano ajudando um judeu é algo extraordinário, assim como muitas vezes o maior exemplo de amor vem daqueles que nunca esperamos. Portanto, devemos ir fazer o mesmo! Ajudar os que precisam sem nos importar com sua condição, nem com a nossa; se teremos alguma retribuição, pagamento, ou honra. Devemos ajudar por amor, um amor altruísta, que não espera nada em troca! Será que conseguiremos?
Oração: Amado Jesus, tantas vezes temos negado o nosso amor por covardia, egoísmo, orgulho, ou até mesmo por omissão. Não vivemos o Teu mandamento de amar ao próximo como a nós mesmos, simplesmente porque não nos amamos de verdade. Ajuda-nos a libertar o nosso coração da frieza do egoísmo e torná-lo aquecido pelo Teu amor. É o que oramos em Teu nome. Amém!
O Maná do Senhor
Rev. Fred Souto+
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Fernando Ferro na briga pela liderança do PT
10/11/2008 - Folha de Pernambuco"Não vamos ser coniventes""BATER CHAPA será a última alternativa", diz Ferro
Por que o senhor quer ser líder da bancada petista? Tenho quatro mandatos de deputado federal, participei de momentos decisivos, cruciais e dramáticos para a bancada do PT, como vice-líder e líder no ano de 2005, quando aconteceu aquela explosão de denúncias contra os deputados, contra o PT (Mensalão). Fui indicado, inclusive um fato que em muito me honrou, porque contra mim nada pesava e pude fazer um bom combate enfrentando a direita, que tentava destruir o PT. Ser líder do partido sempre é um posto honroso e quero ampliar a participação da nossa bancada política no Governo Federal, na relação com o diretório e executiva nacional e, principalmente, estender uma relação da bancada com os movimentos sociais.
O senhor coloca que foi líder da legenda num dos períodos mais críticos. Mesmo estando num cargo de confiança, tem condições de o líder do PT assumir uma postura menos corporativista e apontar falhas dos correligionários num caso delicado como o do Mensalão? O líder de cada partido tem que ter um compromisso com a verdade, com a Justiça. Se houver problemas, não iremos de maneira alguma acobertar ou ser coniventes com desmandos. O líder não é um protetor incondicional. Agora, temos como tarefa principal coordenar e defender o partido. O PT não é uma construção qualquer. Houve gente no PT que delinqüiu, teve gente delinqüente. Eles pagaram por isso, estão respondendo a processo até hoje, coisas do tipo.
Como está vendo a liderança de Maurício Rands? O Maurício conduziu bem a bancada. Evidentemente, nós fomos ainda um pouco desconsiderados pelo governo. O PT precisa ter mais protagonismo tanto na direção nacional como no governo. Às vezes, digo que o PT tem alguns na bancada com a cabeça de oposição e o corpo de situação. Isso tem que ser trabalhado e discutido. Agora, não é para ficar silencioso e acatar tudo o que vem sem ter uma visão crítica para construir.
Maurício Rands, aliás, chegou ao cargo através de um acordo interno. O senhor tem conhecimento de algum entendimento que venha a favorecer algum dos postulantes? Esse processo de discussão não pode afunilar para um processo eleitoral ou para um consenso de apoiar uma candidatura, que foi o caso da disputa passada. A gente vai exercitar o debate, buscar ouvir os diversos nomes e verificar se há possibilidade de consenso. Isso deve ser buscado como prioridade. O "bater chapa" será a última alternativa.
Quando as prévias ocorrem no PT, o partido costuma sair desgastado. Há esse receio de um desgaste interno? Não. As eleições são naturais. Já aconteceu a disputa de José Dirceu com Vladimir Palmeira no passado. Aconteceram algumas disputas há dois ou três processos passados. Mas, passada a eleição todos se comprometem.
Pelo fato de o PT ser um partido forte dentro da Câmara Federal, outras siglas se envolvem no processo interno de vocês? Há simpatias por alguns nomes, torcida. Só que isso não adianta porque essa é uma questão interna da bancada. Felizmente, não tem nenhuma influência direta.
O fato de pertencer a uma facção minoritária (Movimento PT) o deixa numa posição desfavorecida? Não, porque há um acordo entre nós na bancada de não se deixar contaminar por essa disputa das tendências. Inclusive, nesta eleição a maioria dos candidatos não são do campo majoritário, como foi o Maurício Rands na gestão passada. A idéia é que não se repita outra (vitória) do campo majoritário. De certa forma, haverá uma renovação.
3ª Clinica de Escola Bíblica Dominical
NOBEC Recife + Secretaria Diocesana de Missão e Evangelismo Infantil (SEDMEI)
Tema: Celebrai a Jesus proclamando Vida
Dia: 29 de novembro
das 9h às 15h
Local: 1ª Igreja Batista da Conde da Boa VistaOficina de Contação de História
Música para Cantata
Painel
Lembrancinhas
Investimento: R$ 12,00 (apostila + CD)
(81) 8861.0695 / 3454.0695
domingo, 16 de novembro de 2008
Parlatno discute energia renovável
13-Nov-2008
O deputado Fernando Ferro (PT/PE) participa nos dias 17 e 18 deste mês da reunião conjunta das comissões de Energia e Minas e da Comissão de Meio Ambiente e Turismo do Parlamento Latino Americano - o Parlatino. O parlamentar, que é vice-presidente da Comissão de Energia e Minas, vai falar sobre a experiência brasileira como Biodiesel e suas diversas aplicações. Cerca de 30 parlamentares estrangeiros são esperados do encontro, que acontece no Senado Federal em Brasília.
Maiores informações:
http://www.fernandoferro.com.br/domingo, 9 de novembro de 2008
Obama: Primeiro Presidente Negro do USA
Obama disse que o caminho que os Estados Unidos têm à frente é difícil e pediu "unidade" para enfrentar os desafios. "Nossa escalada vai ser íngreme. Nós não chegaremos lá em um ano nem em um mandato, mas, América, eu nunca estive tão esperançoso como nesta noite em que nós estamos aqui", disse. O presidente eleito afirmou que é hora de "sonhar novamente o sonho americano". Ele reprisou várias vezes o "Yes, we can" (sim, nós podemos), um dos lemas de sua campanha, e disse que "tudo é possível".
Esta expressão de Obama me faz lembrar de um outro negro do USA, o Pastor Batista Rev Martin Luther King Jr, disse ele certa vez " Eu tenho um sonho". devemos sonhar, quando sonhamos juntos este sonho tarna-se realidade, na certeza de que constuir um novo mundo é possivel.
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Parlamentar Saúda Agricultores do Engenho São João
22-Out-2008
Fernando Ferro foi a plenário nesta quarta-feira (22) para lembrar a luta dos trabalhadores rurais do Acampamento Chico Mendes, que receberam a posse de terra. "Após cinco anos de muita luta e resistência, cerca de 300 famílias do Acampamento Chico Mendes, no engenho São João em Tiúma, Região Metropolitana do Recife, receberam o título de posse da terra. O assentamento foi alvo de várias tentativas violentas de desocupação, quando as famílias foram despejadas da área por três vezes, tendo suas casas, suas lavouras e a escola de seus filhos destruídas. Com persistência, voltaram a construir suas vidas nestas terras que a partir de agora são definitivamente delas, edificando o que se tornou um acampamento modelo, tanto do ponto de vista da disposição da luta, como do ponto de vista organizativo e da construção de uma nova consciência social e política. Estas famílias vão poder produzir e tirar seu sustento da terra com segurança. Esta é uma vitória simbólica contra o latifúndio improdutivo, a expansão da monocultura de cana-de-açúcar e o modelo agroexportador, que arrasam a zona da mata Pernambucana e o Nordeste Brasileiro. Com a retomada do investimento público para a produção de cana-de-açúcar, o antigo proprietário das terras, o Grupo Votorantim, tentou retomar a posse da antiga Usina Tiúma que, diga-se de passagem, estava abandonada há quase 20 anos, usando de todos os instrumentos possíveis para expulsar as famílias e retomar a produção da monocultura. A investida do grupo Votorantim aconteceu em agosto de 2005, quando as forças repressivas tentaram realizar o despejo decisivo. Destaco aqui que a solidariedade de diversos setores da sociedade civil organizada foi fundamental para impedir tal investida. Setores como a imprensa, entidades ligadas aos direitos humanos e às questões agrárias deram suporte necessário para que o acampamento resistisse à força do grupo Votorantim. Acompanhei de perto a busca pelo direito à terra, pelo direito à uma vida digna destas famílias. Congratulo-me hoje com entidades como o MST, que acreditaram e apoiaram a luta destes cidadãos e com as famílias que hoje têm sua posse de terra. Portanto, a vitória do assentamento Chico Mendes não é apenas de 300 famílias guerreiras, que resistiram e acreditaram em um sonho, mas de toda uma sociedade. Essa é uma grande vitória para a reforma agrária, não apenas no Estado de Pernambuco, mas em todo o nosso país".
Maiores informações entre no Site: http://www.fernandoferro.com.br/
SENAI OFERECE CURSO GRATUITO
Formação
Senai abre inscrições para 1.700 vagas em cursos técnicosPublicado em 21.10.2008, às 22h00
Do JC OnLineCom informações de Economia/JC
Do JC OnLineCom informações de Economia/JC
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) abre inscrições para cursos técnicos nesta quarta-feira (22). Das 1.700 vagas oferecidas, 1.260 são para os jovens aprendizes, com idades entre 14 e 21 anos, que vão fazer cursos técnicos gratuitos, e as outras 440 vagas são para os candidatos, de qualquer idade, que já concluíram o ensino médio e querem aprender uma profissão.
As inscrições podem ser feitas até o dia 16 de novembro através da internet ou nas escolas técnicas Senai Santo Amaro; Areias e Água Fria (Recife); Senai Paulista e Senai Cabo (Região Metropolitana do Recife); Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe (Agreste) e Senai Petrolina (Sertão). Para a categoria Jovem Aprendiz, as inscrições custam R$ 15, e para os demais, a taxa é de R$ 25
Os estudantes interessados nas vagas para Jovem Aprendiz precisam estar matriculados no 1° ou 2° ano, e devem apresentar uma auto-declaração de baixa renda. Quem for de menor precisa levar a declaração assinada pelos pais. O MEC exige que os candidatos de qualquer uma das categorias apresentem o CPF na hora da matrícula.
De acordo com a diretoria regional da instituição, os cursos disponíveis em cada região são oferecidos de acordo com a demanda local. Os cursos da Região Metropolitana do Recife (RMR) são voltados para os empreendimentos de Suape, enquanto os cursos de Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe são voltados ao pólo de confecções.
Há opções de cursos técnicos gratuitos nas áreas de produção de moda, vestuário, alimentos, edificações, eletrotécnica, administração empresarial, eletromecânica, eletrônica, redes de computadores, telecomunicações, manutenção automotiva, refrigeração e climatização, química, supervisor em confecção do vestuário. Já para o público geral, há cursos técnicos nas áreas de automação industrial, edificações, eletrotécnica, eletrônica, eletromecânica, logística, manutenção automotiva, produção de moda, química, segurança do trabalho e telecomunicações.
As provas serão realizadas no dia 21 de dezembro, sendo 20 questões de português, 20 de matemática e uma redação. Outras informações pelos telefones (81) 3183.3796, 3183.3710 ou 3183.3752.
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
CABEÇA DE CONGRESSO, DEPUTADO FERNANDO FERRO DEFENDE OS METALÚRGICOS DE SUAPE NA CÂMARA FEDERAL
FERNANDO FERRO ESTÁ HÁ SEIS ANOS NA LISTA DOS PARLAMENTARES MAIS INFLUENTES DO CONGRESSO NACIONAL, DE ACORDO COM O DIAP . FERRO NUNCA ABANDONOU A LUTA DOS TRABALHADORES POR SEUS DIREITOS.
Ferro acompanhou a primeira paralisação dos trabalhadores em Suape e manifestou sua indignação na tribuna da Câmara Federal. Fernando Ferro pediu mais atenção do Ministério do Trabalho para as denúncias dos trabalhadores do Estaleiro Atlântico Sul. Acompanhe o pronunciamento de Ferro em 24.09.2008:
“Um grupo de aproximadamente mil trabalhadores entrou em greve, em razão das péssimas condições de trabalho naquela unidade de construção de navios. O Estaleiro Atlântico Sul foi uma conquista para nós pernambucanos. Lutamos para que ele fizesse parte do processo de desenvolvimento do Estado. Participamos com o Presidente Lula da chegada desse empreendimento ao nosso Estado, pois significa de fato oportunidade de emprego.
Ao mesmo tempo, no curso de sua instalação, fomos surpreendidos por denúncia dos trabalhadores do sindicato dos metalúrgicos sobre as péssimas condições de trabalho: má qualidade da comida, ambiente insalubre, salários baixos, assédio moral.
Houve uma paralisação. Buscamos a mediação do Ministério Público do Trabalho. Procuramos a direção da empresa para alertar sobre essas possibilidades, a fim de buscar o entendimento, a negociação.
É inaceitável que empresários que recebem dinheiro do BNDES para investimentos — recursos públicos - humilhem operários, tratem mal as pessoas, provocando situações de constrangimento.
A greve foi o resultado dessa situação. Ninguém faz greve porque a acha bonita ou porque está na moda, até porque as pessoas correm o risco de serem demitidas e perseguidas.
Acho que podemos chegar a uma situação negociada com o Ministério Público do Trabalho, com diálogo, para que a confiança seja restabelecida entre as partes.
Saúdo os trabalhadores que tiveram coragem, os jovens operários recém-treinados para o importante trabalho de construção de navios que irão servir à PETROBRAS. Eles estão conscientes de seus papéis, de suas formações políticas e de suas ações como trabalhadores nessa importante área da indústria brasileira, no Porto de Suape.”
“Um grupo de aproximadamente mil trabalhadores entrou em greve, em razão das péssimas condições de trabalho naquela unidade de construção de navios. O Estaleiro Atlântico Sul foi uma conquista para nós pernambucanos. Lutamos para que ele fizesse parte do processo de desenvolvimento do Estado. Participamos com o Presidente Lula da chegada desse empreendimento ao nosso Estado, pois significa de fato oportunidade de emprego.
Ao mesmo tempo, no curso de sua instalação, fomos surpreendidos por denúncia dos trabalhadores do sindicato dos metalúrgicos sobre as péssimas condições de trabalho: má qualidade da comida, ambiente insalubre, salários baixos, assédio moral.
Houve uma paralisação. Buscamos a mediação do Ministério Público do Trabalho. Procuramos a direção da empresa para alertar sobre essas possibilidades, a fim de buscar o entendimento, a negociação.
É inaceitável que empresários que recebem dinheiro do BNDES para investimentos — recursos públicos - humilhem operários, tratem mal as pessoas, provocando situações de constrangimento.
A greve foi o resultado dessa situação. Ninguém faz greve porque a acha bonita ou porque está na moda, até porque as pessoas correm o risco de serem demitidas e perseguidas.
Acho que podemos chegar a uma situação negociada com o Ministério Público do Trabalho, com diálogo, para que a confiança seja restabelecida entre as partes.
Saúdo os trabalhadores que tiveram coragem, os jovens operários recém-treinados para o importante trabalho de construção de navios que irão servir à PETROBRAS. Eles estão conscientes de seus papéis, de suas formações políticas e de suas ações como trabalhadores nessa importante área da indústria brasileira, no Porto de Suape.”
Fernando Ferro
Deputado Federal/PE
terça-feira, 23 de setembro de 2008
A Espiritualidade Anglicana
Rev. Gerardo Jaramillo González
A Espiritualidade Anglicana está em tudo aquilo que, sendo próprio do anglicanismo, favorece, fomenta e acrescenta a espiritualidade humana. Está em tudo aquilo que sendo anglicano, melhora a sua capacidade reflexiva, a sua fé e os dons do Espírito Santo, o transcendente que existe na pessoa humana e sua relação com o transcendente, com a própria pessoa, e com as coisas que a rodeiam. São quatro as ênfases que mais se sobressaem na Comunhão Anglicana: 1. A adesão às Sagradas Escrituras; 2. A tricotomia Bispo - Sucessão Apostólica – Grande Comissão; 3. A Liturgia; 4. A Capacidade de Adaptação.
1. A primeira ênfase do Anglicanismo está nas Sagradas Escrituras. Ênfase que é comum a todas as tendências da Reforma. Isto se manifesta de mil formas, das quais destacamos a profissão de fé, que se exige a todo o anglicano, e em especial a seus ministros, assim explicitada: “Declaro solenemente que creio que as Sagradas Escrituras do Antigo e do Novo Testamento são a Palavra de Deus, e que contém todas as coisas necessárias para a salvação...” (Loc. 383);
2. A segunda ênfase do Anglicanismo é essa tricotomia: Bispo – Sucessão Apostólica – Grande Comissão. A marcha da Comunhão Anglicana, Uma, Santa, Católica e Apostólica, que se dá “entre as angústias do mundo e os consolos de Deus”, gira em torno de um eixo: o Bispo. “Nele reside o poder executivo da Diocese, é o pastor principal, o guardião da fé, o símbolo da unidade, o pai da família eclesiástica da diocese. É ele o representante legal da Igreja diante do Estado, o presidente do Concílio Diocesano e do seu Conselho Executivo”. Por essa centralidade e ênfase no Episcopado é que boa parte do Anglicanismo é conhecido pelo nome de “IGREJA EPISCOPAL”. Daqui surge uma virtude que deve ser cultivada por todo bom anglicano: a obediência de Deus, a Jesus Cristo, que é quem nos lega a Grande Comissão, e ao Bispo, eixo da Igreja, legítimo sucessor dos Apóstolos, e encarregado de levar a efeito o cumprimento da missão recebida.
Dado que essa doutrina se baseia em boa parte nos Pais Apostólicos, sintetizamos tudo isso sob o título de “Patrística”. A segunda ênfase recai, então, sobre a patrística, dentro da qual se destaca o pai da configuração do episcopado: Inácio, o mártir e bispo de Antioquia. Os bispos trazem sobre os seus ombros e transmitem de geração a geração a grande comissão que é a que em síntese nos traz Mateus 28:18-20, e que diz: “Todo o poder me é dado no céu e a na terra. Portanto ide e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-lhes a guardar todas as coisas que tenho ordenado, e eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo”.
3. A terceira ênfase está em sua liturgia, a qual, por sua vez, gira em torno do Sacramento Eucarístico. Aqui se inclui o Ofício Diário, a Oração Matutina, o Ofício para o Meio Dia, a Oração Vespertina diária, a grande Litania, e todas as formas de oração para leigos e clérigos. Aqui se inclui as cerimônias dos Sacramentos e dos Ritos Sacramentais de acordo com a instituição de Cristo, ou elaborados nos tempos apostólicos ou pós apostólicos sob a direção do Espírito Santo. Aqui se inclui os ritos de Celebração Eucarística, sob várias formas e as cerimônias de consagração dos bispos e os ritos de ordenação dos presbíteros e diáconos.
Por meio do Livro de Oração Comum (LOC) se administram os sacramentos, sinais externos que, conjuntamente com as formas sacramentais, conferem a graça a todos os que se convertem ao Senhor.
Fomenta-se o canto, inclusive o das diversas denominações, a piedade e as suas manifestações externas, mantendo-se, porém, sempre, a linha de uma estrutura litúrgica que nos diferencia das confissões alitúrgicas.
4. A quarta ênfase reside em sua capacidade de adaptação, ou capacidade de nascer das diversas culturas, qualidade que poderíamos sintetizar na palavra “contextualização”. O anglicanismo nasceu de um desprender-se da liturgia romana para elaborar outra que recolhera os valores dos anglos, que se contextualizaria para os ingleses. Por isso se diz que a Reforma Inglesa apontou prioritariamente para a liturgia que se incrustou nas leis do reino.
Quando essa comunhão católica chega aos Estados Unidos da América, a liturgia se volta para a cultura americana e se adapta à constituição, às leis e às idiossincrasias dos norte-americanos.
Na África, onde há nações de maioria Anglicana – mantendo-se sempre a sua essência – o Livro de Oração Comum assimila ritos e costumes da raça negra, e assim, juntamente como ornamentos, mitras e demais vestes, muitas vezes vão adornados com plumas e com a flora das nações afro.
Não é sem razão que o prefácio do Livro de Oração Comum, atualmente em uso, começa: “É uma parte muito inestimável na bendita liberdade com que Cristo nos fez livres, permitir sem ofensa alguma, diferentes formas e práticas em seu culto contanto que se conserve íntegra a essência da fé”. Aqui se expressa, como tudo o que é essencialmente anglicano, sua capacidade de adaptação, que viemos a denominar de “contextualização”.
Mas, como essas quatro ênfases contribuem para a espiritualidade anglicana? Por parte das Sagradas Escrituras, a resposta é óbvia: não há um livro entre todos os que se guardam nas bibliotecas do mundo que contribua tanto para o melhoramento da reflexão, pelas verdades que revela, que contribua tanto para a justiça e o amor, a retidão e o bom uso da liberdade por sua moral, ao crescimento da fé pelos mistérios que revela, como a Bíblia.
Os Pais da Igreja (como segunda ênfase) contribuem para o aprofundamento da espiritualidade dos anglicanos enquanto aclaram a configuração do episcopado, que vem indubitavelmente dos apóstolos, e que recebe a Grande Comissão para transmiti-la aos respectivos herdeiros da sucessão apostólica. A espiritualidade anglicana está comprometida com a Grande Comissão, que é levar, de forma missionária, “tudo que vos tenho ensinado”, toda a revelação de Jesus Cristo. Daqui se depreende que a espiritualidade anglicana inclua, definitivamente, obediência aos legítimos pastores, catolicidade, ênfase missionária e apostolicidade.
A Liturgia (terceira ênfase) influi definitivamente na espiritualidade pela oração litúrgica e extralitúrgica, que é para os leigos e clérigos, homens e mulheres, todos encontram aqui o grande meio para comunicar-se com Deus e o transcendente, e recebem os auxílios naturais que se resumem no presente da graça criada e incriada. Aqui se favorecem, fomentam e acrescentam os valores espirituais da fé e da caridade, da reflexão, da adesão ao bem, da liberdade da verdade em Cristo, da vivência da própria transcendência e o contato com o transcendente.
A quarta ênfase espiritualiza o homem enquanto encarna a Cristo em todas as nações, línguas, raças e culturas. Assim se espiritualiza cada nacionalidade com suas constituições e leis. Com a vivência de um Cristianismo assim contextualizado, tudo no homem se converte em um apêndice da espiritualidade: o corpo, a diversão, a música, o sexo, o trabalho, a geografia e a história de cada povo, na medida que tudo isso se cristifica melhora tudo o que é a espiritualidade humana.
Concluamos dizendo que quando compreendemos em que está a espiritualidade anglicana, temos de romper com o cordão umbilical das comunhões e denominações de onde procedemos.
Não podemos enfatizar as emoções por cima das convicções, nem substituir em sua totalidade nossos ritos de profundo conteúdo pelo êxtase, ou preservar as ênfases romanas em que a Sexta-Feira da Paixão predomina sobre o Domingo da Ressurreição, e onde se caminha mais com a procissão da Virgem do Carmo do que com o Pentecostes.
Enquanto não rompermos com essas ênfases do passado e de outras denominações não captaremos a espiritualidade anglicana, e nem seremos anglicanos.
Deputado Federal Fernando Ferro Solicita Audiência Pública na Comissão de Direitos Humanos
12-Ago-2008
O deputado Luís Couto (PT/PB) deu entrada em um requerimento na Comissão de Diretos Humanos da Câmara Federal solicitando audiência pública com a presença do Sr. David Josué, membro da organização "Pour mes freres et soeurs en Haiti" (pelos meus irmãos e irmãs do Haiti). A organização defende cidadãos haitianos que tiveram seus direitos civis violados. O Sr. Josué estará no Brasil entre os dias 19 e 20 de agosto. O requerimento foi elaborado a partir de uma solicitação do dep. Fernando Ferro.
No mês de abril deste ano, durante a participação no 2o Encontro Continental "Pela Soberania Nacional, Contra as Privatizações e os Tratados de Livre Comércio", que aconteceu na Cidade do México, o deputado Fernando Ferro recebeu do advogado haitiano David Josué uma carta que pede uma atitude do presidente Luís Inácio Lula da Silva sobre graves denúncias contra a ação das tropas da ONU, comandadas pelo Brasil.
A carta foi entregue pelo deputado Ferro ao chefe de gabinete da presidência da república, Gilberto Carvalho, no dia 30 de abril.
Na ocasião, Gilberto Carvalho considerou que o Haiti vive uma "situação complicada, onde a tropa acaba se envolvendo em situações ruins", e destacou que esta carta "pode ajudar na procura de outras medidas para solucionar o problema".
O deputado Luís Couto (PT/PB) deu entrada em um requerimento na Comissão de Diretos Humanos da Câmara Federal solicitando audiência pública com a presença do Sr. David Josué, membro da organização "Pour mes freres et soeurs en Haiti" (pelos meus irmãos e irmãs do Haiti). A organização defende cidadãos haitianos que tiveram seus direitos civis violados. O Sr. Josué estará no Brasil entre os dias 19 e 20 de agosto. O requerimento foi elaborado a partir de uma solicitação do dep. Fernando Ferro.
No mês de abril deste ano, durante a participação no 2o Encontro Continental "Pela Soberania Nacional, Contra as Privatizações e os Tratados de Livre Comércio", que aconteceu na Cidade do México, o deputado Fernando Ferro recebeu do advogado haitiano David Josué uma carta que pede uma atitude do presidente Luís Inácio Lula da Silva sobre graves denúncias contra a ação das tropas da ONU, comandadas pelo Brasil.
A carta foi entregue pelo deputado Ferro ao chefe de gabinete da presidência da república, Gilberto Carvalho, no dia 30 de abril.
Na ocasião, Gilberto Carvalho considerou que o Haiti vive uma "situação complicada, onde a tropa acaba se envolvendo em situações ruins", e destacou que esta carta "pode ajudar na procura de outras medidas para solucionar o problema".
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
O SIGNIFICADO DO TAU
O Tau é a última letra do alfabeto hebraico;a décima nona letra do alfabeto grego;sinal bíblico usado pelo profeta Ezequiel:
“Chamou o Senhor Deus o homem vestido de linho branco, que trazia à cintura os instrumentos de escriba e lhe disse: percorre a cidade, o centro de Jerusalém, e marca com um “T” na fronte os que gemem e suspiram devido a tantas abominações que na cidade se cometem.” (Ez 9,3-4)
Todo aquele que tinha sido assinalado com o “T” foi poupado do extermínio.
O Papa Inocêncio III (1160-1216) explica o sentido do Tau: “Tem a forma de Cruz; quem o traz consigo, vive sua fé.”
São Francisco teve grande veneração por esta letra, pois lhe lembrava o grande amor de Cristo por nós.
Portanto, o Tau é:
A lembrança da Redenção, da Cruz, do Amor;Sinal de penitência e conversão interior;Sinal de dor pelos pecados do mundo;Recordação de nosso batismo; nossa marca de Filhos de Deus;Sinal de salvação .
São Francisco selava o que escrevia com o Tau, para significar a densidade do Amor de Deus, concretizado na Cruz de Cristo, sinal de Salvação.
Para aqueles que gostam de se aprofundar, será interessante ler este artigo abaixo, retirado de http://www.franciscanos.org.br:
“TAU - SÍMBOLOS E SIGNIFICADOS:
Há certos sinais que revelam uma escolha de vida. O TAU, um dos mais famosos símbolos franciscanos, hoje está presente no peito das pessoas num cordão, num broche, enfeitando paredes numa escultura expressiva de madeira, num pôster ou pintura. Que escolha de vida revela o TAU? Ele é um símbolo antigo, misterioso e vital que recorda tempo e eternidade. A grande busca do humano querendo tocar sempre o divino e este vindo expressar-se na condição humana. Horizontalidade e verticalidade. As duas linhas: Céu e Terra! Temos o símbolo do TAU riscado nas cavernas do humano primitivo. Nos objetos do Faraó Achenaton no antigo Egito e na arte da civilização Maia. Francisco de Assis o atualizou e imortalizou. Não criou o TAU, mas o herdou como um símbolo seu de busca do Divino e Salvação Universal.
TAU, SINAL BÍBLICO
Existe somente um texto bíblico que menciona explicitamente o TAU, última letra do alfabeto hebraico, Ezequiel 9, 1-7: “Passa pela cidade, por Jerusalém, e marca com um TAU a fronte dos homens que gemem e choram por todas as práticas abomináveis que se cometem”. O TAU é a mais antiga grafia em forma de cruz. Na Bíblia é usado como ato de assinalar. Marcar com um sinal é muito familiar na Bíblia. Assinalar significa lacrar, fechar dentro de um segredo, uma ação. É confirmar um testemunho e comprometer aquele que possui o segredo. O TAU é selo de Deus; significa estar sob o domínio do Senhor, é a garantia de ser reconhecido por Ele e ter a sua proteção. É segurança e redenção, voltar-se para o Divino, sopro criador animando nossa vida como aspiração e inspiração.
O TAU NA IDADE MÉDIA
Vimos o significado salvífico que a letra hebraica do TAU recebe na Bíblia. Mas o TAU tem também um significado extrabíblico, bastante divulgado na Idade Média: perfeição, meta, finalidade última, santo propósito, vitória, ponto de equilíbrio entre forças contrárias. A sua linha vertical significa o superior, o espiritual, o absoluto, o celeste. A sua linha horizontal lembra a expansão da terra, o material, a carne. O TAU lembra a imagem do sustentáculo da serpente bíblica: clavada numa estaca como sinal da vitória sobre a morte. Uma vitória mística, isto é, nascer para uma vida superior perfeita e acabada. É cruz vitoriosa, perfeição, salvação, exorcismo. Um poder sobre as forças hostis, um talismã de fé, um amuleto de esperança usado por gente devota sensível.
“Chamou o Senhor Deus o homem vestido de linho branco, que trazia à cintura os instrumentos de escriba e lhe disse: percorre a cidade, o centro de Jerusalém, e marca com um “T” na fronte os que gemem e suspiram devido a tantas abominações que na cidade se cometem.” (Ez 9,3-4)
Todo aquele que tinha sido assinalado com o “T” foi poupado do extermínio.
O Papa Inocêncio III (1160-1216) explica o sentido do Tau: “Tem a forma de Cruz; quem o traz consigo, vive sua fé.”
São Francisco teve grande veneração por esta letra, pois lhe lembrava o grande amor de Cristo por nós.
Portanto, o Tau é:
A lembrança da Redenção, da Cruz, do Amor;Sinal de penitência e conversão interior;Sinal de dor pelos pecados do mundo;Recordação de nosso batismo; nossa marca de Filhos de Deus;Sinal de salvação .
São Francisco selava o que escrevia com o Tau, para significar a densidade do Amor de Deus, concretizado na Cruz de Cristo, sinal de Salvação.
Para aqueles que gostam de se aprofundar, será interessante ler este artigo abaixo, retirado de http://www.franciscanos.org.br:
“TAU - SÍMBOLOS E SIGNIFICADOS:
Há certos sinais que revelam uma escolha de vida. O TAU, um dos mais famosos símbolos franciscanos, hoje está presente no peito das pessoas num cordão, num broche, enfeitando paredes numa escultura expressiva de madeira, num pôster ou pintura. Que escolha de vida revela o TAU? Ele é um símbolo antigo, misterioso e vital que recorda tempo e eternidade. A grande busca do humano querendo tocar sempre o divino e este vindo expressar-se na condição humana. Horizontalidade e verticalidade. As duas linhas: Céu e Terra! Temos o símbolo do TAU riscado nas cavernas do humano primitivo. Nos objetos do Faraó Achenaton no antigo Egito e na arte da civilização Maia. Francisco de Assis o atualizou e imortalizou. Não criou o TAU, mas o herdou como um símbolo seu de busca do Divino e Salvação Universal.
TAU, SINAL BÍBLICO
Existe somente um texto bíblico que menciona explicitamente o TAU, última letra do alfabeto hebraico, Ezequiel 9, 1-7: “Passa pela cidade, por Jerusalém, e marca com um TAU a fronte dos homens que gemem e choram por todas as práticas abomináveis que se cometem”. O TAU é a mais antiga grafia em forma de cruz. Na Bíblia é usado como ato de assinalar. Marcar com um sinal é muito familiar na Bíblia. Assinalar significa lacrar, fechar dentro de um segredo, uma ação. É confirmar um testemunho e comprometer aquele que possui o segredo. O TAU é selo de Deus; significa estar sob o domínio do Senhor, é a garantia de ser reconhecido por Ele e ter a sua proteção. É segurança e redenção, voltar-se para o Divino, sopro criador animando nossa vida como aspiração e inspiração.
O TAU NA IDADE MÉDIA
Vimos o significado salvífico que a letra hebraica do TAU recebe na Bíblia. Mas o TAU tem também um significado extrabíblico, bastante divulgado na Idade Média: perfeição, meta, finalidade última, santo propósito, vitória, ponto de equilíbrio entre forças contrárias. A sua linha vertical significa o superior, o espiritual, o absoluto, o celeste. A sua linha horizontal lembra a expansão da terra, o material, a carne. O TAU lembra a imagem do sustentáculo da serpente bíblica: clavada numa estaca como sinal da vitória sobre a morte. Uma vitória mística, isto é, nascer para uma vida superior perfeita e acabada. É cruz vitoriosa, perfeição, salvação, exorcismo. Um poder sobre as forças hostis, um talismã de fé, um amuleto de esperança usado por gente devota sensível.
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
SOLANO TRINDADE
Poeta pernambucano, filho de um sapateiro, nascidoem 1908. Emigrou para São Paulo. Foi operário e colaborouna imprensa. Trabalhou no cinema e manteve um grupo teatralfolclórico por vários anos. Escreveu Poemas de uma VidaSimples e Cantares do Meu Povo
ORGULHO NEGRO
Eu tenho orgulho de ser filho de escravo...Tronco, senzala, chicote,Gritos, choros, gemidos,Oh! que ritmos suaves,Oh! como essas cousas soam bemNos meus ouvidos...Eu tenho orgulho em ser filho de escravos..
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
RESGATANDO NOSSA HISTÓRIA II
Diocese do Recife: 30 Anos - O Período Sherril (1976-1985)
O Primeiro Bispo da nossa Diocese, então denominada de Diocese Setentrional – com jurisdição sobre todos os Estados das regiões Norte e Nordeste – foi Revmo. Dom Edmund Knox Sherrill , missionário norte-americano, e ex-Bispo da Diocese Central (Rio de Janeiro).
Seu pai, o Revmo. Henry Knox Sherrill , foi Bispo Diocesano de Massachussets (Boston), Primaz da então Igreja Protestante Episcopal dos Estados Unidos da América (PCUSA), primeiro Presidente do Conselho Nacional de Igrejas dos EUA, e Capelão-Chefe das Forças Armadas daquele país na Segunda Guerra Mundial. O jovem Edmund formara-se em História pela prestigiosa Universidade de Yale e, servindo nos campos de batalha na Europa, sentiu o chamado para o ministério (como o fizera o seu irmão), cursou o Seminário, foi ordenado Diácono e Presbítero, e se apresentou à Junta de Missões Estrangeiras, vindo a servir no Brasil.
Dom Sherrill era um cavalheiro, de modos gentis e personalidade firme, ampla cultura, pastor, amigo, demonstrando evidentes sinais de carismas para o Episcopado. Politicamente, uma pessoa de esquerda, apoiou a União Cristã dos Estudantes do Brasil (UCEB) e foi um dos oradores da famosa “Conferência do Nordeste” , promovida no Recife, em 1962, pela Confederação Evangélica do Brasil, e que reuniu intelectuais cristãos e seculares ( Gilberto Freyre, Celso Furtado, Paul Singer e outros), sob o tema: “Cristo e o Processo Revolucionário Brasileiro” , teve que usar o peso do seu nome para soltar dos órgãos de repressão do regime militar o jovem Rev. Almir dos Santos (depois Bispo de Brasília), de um episódio do qual também participara, e por pouco deixara de ser preso o jovem Paulo Ruiz Garcia (a época também de esquerda...). Teologicamente – como grande parte de sua geração – era, por um lado, não um evangelical, mas um neo-ortodoxo, por outro, em sua simplicidade, um adepto da despojada liturgia da “Igreja Baixa” no Anglicanismo. Sua convivência no Brasil o foi aproximando do Evangelicalismo, chegando a ser um dos co-presidentes da Cruzada Billy Graham Grande Rio, teve uma experiência pessoal carismática, o que o levou à glossolalia (falar em línguas) e a, com discrição, exercer o dom de cura, por imposição de mãos. Foi um Sherrill já maduro, com larga experiência e visão missionária, que propôs à Província a criação da Diocese Setentrional, com a decisão de, ele próprio, se mudar do Rio de Janeiro para o Recife.
O novo projeto diocesano, por iniciativa do Bispo Sherrill , teria, desde o início, o apoio da missão inglesa SAMS, e a presença de um clérigo nacional com dons evangelísticos: o Rev. Paulo Garcia , ex-empresário (indústria e agricultura) não bem sucedido nos negócios, que fora expulso (juntamente com toda a sua turma) do Seminário Presbiteriano de Campinas-SP; estudara, depois no Seminário da Igreja Presbiteriana Independente e, por fim, no Seminário da Igreja Episcopal do Brasil (na época um internato em São Paulo , quando compôs a música paródia: “Todos Mortos com o LOC na Mão” ), vindo ali a se filiar ao Anglicanismo. O Bispo Sherrill resolveu nele investir, ordenando-o Diácono e Presbítero, designando-o para servir em algumas comunidades em São Paulo e no Rio de Janeiro, cursar Filosofia e Direito (em escolas periféricas), e enviá-lo para estudar no Instituto de Bossey, na Suíça, do Conselho Mundial de Igrejas, e junto a SAMS, na Inglaterra, como preparação para servir no Nordeste, a partir de março de 1975, totalmente sustentado pela Igreja, vivendo na casa pastoral, em estilo de vida forçosamente simples.
O mesmo – também de posição teológica neo-ortodoxa – bom orador, envolvente e competente em relações públicas, começa o seu trabalho com os Confirmados remanescentes do ministério do Rev. Alfredo Rocha da Fonseca Filho , agregando, na fase inicial, membros insatisfeitos de igrejas evangélicas, vestindo para os cultos o robe genebrino preto (usado por presbiterianos, metodistas e congregacionais em alguns países), aproximando-se das lideranças protestantes, usando traduções dos roteiros litúrgicos da Igreja de John Stott , tendo o Hinário Evangélico como fonte de canto, acompanhado pelo órgão de tubo, e, posteriormente, por um coral clássico, com classes de Escola Bíblica Dominical para todas as idades, e Eucaristia apenas um domingo por mês. Publicamente desfazia do Livro de Oração Comum, mas o usava, discretamente, como fonte para suas “belíssimas” orações públicas. Enquanto isso, o Bispo continuou a viver no Rio de Janeiro em 1975 e 1976. O chamado “Período Protestante” da Paróquia da SS. Trindade prosseguiu até 1978. Ouvi, em 1976, do Pároco, duas “pérolas” eclesiológicas: “Esse ministério é uma maravilha: eu aqui e o Bispo no Rio de Janeiro...” , e “Essa Igreja Episcopal é uma maravilha; o único problema são os Bispos...” .
A Diocese Setentrional foi criada pelo Sínodo Geral da Igreja Episcopal do Brasil em 20 de Maio de 1976, e o Bispo Sherrill se mudou para o Recife apenas no início do ano seguinte, 1977, passando a residir na Av. Rosa e Silva, no Espinheiro. A Diocese, em seu início, era composta por apenas três Paróquias: Santa Maria ( Rev. Anselmo Stein ), Belém-PA, onde a IEAB contava com a prestigiosa “Escola John Kennedy” ; SS. Trindade ( Rev. Paulo Garcia ), Recife-PE e Bom Pastor ( Rev. Stuart Broghton ), Salvador-BA.
Com o seu prestígio familiar e pessoal nos EUA, o Bispo não teve maiores dificuldades em levantar ofertas financeiras de amigos, parentes e instituições, e sua visão missionária o levou, rapidamente, a abrir novos Pontos Missionários, alguns com projetos sociais, e que, viriam a se transformar em Missões ou Paróquias: São Lucas, em Nova Marambaia-PA ; Ressurreição, em João Pessoa-PB ; O Salvador, em Itaparica-BA; Bom Samaritano, em Boa Viagem e Redentor, na Várzea, ambos no Recife-PE; e Emanuel, em Olinda-PE. Os trabalhos na Ilha de Itaparica e na Várzea tiveram uma forte ênfase social: educação, saúde, mobilização comunitária etc. Infelizmente um jovem missionário oriundo de uma denominação pentecostal, e de mínima formação anglicana, levou consigo a maioria do povo e das propriedades de Itaparica, chocando e entristecendo o bondoso Bispo, que queria avançar, mas que contava com reduzido número de líderes treinados e disponíveis na novel Diocese.
Para a formação de clérigos e líderes leigos, o Bispo Sherrill criou o NAET – Núcleo de Estudos Anglicanos, que funcionava, em fins-de-semana, na antiga casa pastoral da SS. Trindade, transformada em Escritório Diocesano e Paroquial, onde estudaram três dos seus ordinandos, os futuros reverendos: Ian Meldrum, Robinson Cavalcanti e Antônio Carlos (da Bahia), complementando suas formações em Anglicanismos. Os outros Ministros Ordenados durante o período Sherrill foram: Josephino Lobato , de Belém-PA e um fazendeiro japonês, Ministro local, para servir à colônia nipônica de plantadores de pimenta. Posteriormente o Bispo organizou dois núcleos de jovens vocacionados ao ministério: os mais “renovados” sob a sua direção espiritual, e os mais “tradicionais” sob a direção do já Rev. Robinson Cavalcanti . Deixou o Bispo, ao final, já preparado o processo do Postulante e depois Rev. Washington Franco . Durante o seu Episcopado recebemos a visita do Bispo-Presidente da ECUSA, Revmo. Edmond Browning .
O Bispo Sherrill viajava ao exterior e para a sede provincial, em Porto Alegre , dava assistência aos novos Pontos Missionários e aos projetos sociais, recebia pastoralmente os fiéis em seu gabinete, mas se envolvia cada vez menos com a Paróquia da SS. Trindade (onde dirigia um culto de oração às quartas-feiras e os ofícios de Semana Santa, com reduzida freqüência, período quando o Pároco tirava para descansar...), deixando o seu dirigente cada vez mais “solto” . Este, nos primeiros anos no Recife, continuava politicamente de esquerda, recebendo o título de “Cidadão do Recife” por iniciativa dos “autênticos” do MDB, e apoiando abertamente a candidatura de Marcos Freire (contra Roberto Magalhães ) para Governador do Estado de Pernambuco, sendo, ainda, o Capelão da Convenção partidária, e levando o candidato a um culto nas vésperas das eleições.
Em 1978 e 1979 aquela Paróquia substitui seu “Período Protestante” (tradicional) por seu “Período Carismático” , tendo as alunas do Seminário Betel Brasileiro, de João Pessoa-PB, como professoras da Escola Dominical, o convite como preletores de figuras como o Pastor Enéas Tognini , o Pastor Reuel Feitosa e a missionária e ex-atriz Darlene Glória , o intercâmbio com igrejas “renovadas” , e com o primeiro núcleo da Renovação Carismática no Recife, na Paróquia do Cajueiro, dirigido por freiras. Uma profecia sobre “um belo vaso de barro feito por mãos humanas, que precisa ser quebrado para que eu refaça” , emitida em uma reunião para pastores no Seminário Betel, começou a arrefecer o entusiasmo do Pároco com essa corrente do Cristianismo.
A partir de 1979, a Paróquia da SS. Trindade inicia a sua terceira fase, diferente das duas anteriores, que poderíamos denominar de “Período Casalístico” . Um grupo de casais – o Pároco à frente – fez o Encontro de Casais com Cristo (ECC) na Igreja Presbiteriana Jardim das Oliveiras (da IPU), em São Paulo. Ao regressar, pleno de entusiasmo, exclama o Pároco a seguinte expressão teológica: “Achei uma mina!” . Todos os demais ministérios foram abandonados, e, por um longo período, tinha-se ECC a cada dois meses, com os adolescentes e jovens, os pobres e os solteiros se sentindo abandonados, alguns deixando a Paróquia. Frase de um membro da Junta Paroquial e líder do ECC: “Não vamos hostilizar pobres, solteiros, viúvos ou divorciados, mas a opção desta Paróquia é pelos casais de classe média, e todos os cargos serão ocupados por eles!” . Deslocava-se a fé no Cristo para a fé no método, tido como inquestionável e infalível.
O Bispo Sherrill estava cansado de um longo episcopado (Rio de Janeiro e Recife) de imensas Dioceses, e não teve a paciência em esperar por transformar a Diocese Setentrional de Diocese Missionária (sem autonomia) em Diocese Plena (com autonomia para escolher o seu Bispo), resolvendo se aposentar. Na época ele exercia as funções de Primaz Interino (com o falecimento do Primaz Dom Arthur Rodolpho Kratz ). Como uma figura respeitada, exercendo uma função importante, com a “fama” de evangelista bem sucedido do seu pupilo, não fez uma articulação na Câmara dos Bispos, nem apresentou nomes alternativos, mas apenas a do Rev. Paulo Garcia , deixando o plenário do Sínodo Geral da IEAB em uma situação plebiscitária. O candidato era reconhecido pelo seu carisma de evangelista, mas não de Bispo e carecia de uma postura humilde, além do fato de que a corrente liberal-católica estava consolidando a sua hegemonia sobre a Província. O resultado foi a surpreendente derrota do Rev. Paulo Garcia , sendo eleito Bispo Coadjutor da nossa Diocese o então Deão da Catedral de Santa Maria-RS (e que não conhecia o Nordeste nem como turista) o Revmo. Clóvis Erly Rodrigues. Tive que dirigir o culto e dar a notícia do resultado a uma congregação em comoção. Tive , por determinação do Bispo Sherrill , juntamente com a irmã Dalila, da Paróquia Anglicana do Bom Samaritano, de me deslocar para a cerimônia de Sagração na Catedral de Porto Alegre (não havia qualquer clima para que a mesma se desse aqui) e saudar o consagrado na festa que se seguiu no Teresópolis Tênis Clube.
Durante o ano de 1985 o Bispo Sherrill trabalhou ao lado do seu Coadjutor, o Bispo Clóvis , que imediatamente assumiu a supervisão dos seminaristas (dissolveu os antigos dois grupos, juntando a todos sob a sua direção), e, progressivamente outros encargos, sem as boas vindas da maioria dos fiéis, ressentida pelo mesmo nos ter sido imposto pelo Sínodo. No início de 1986 o Bispo Sherrill renuncia, se aposenta e muda sua residência de volta ao Rio de Janeiro, amado por sua ex-Diocese, que, por outro lado, ficava tensa, “em temor e tremor” quanto ao seu futuro. (continua).
(Compilação Histórica: Revmo. Dom Robinson Cavalcanti )
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
RESGATANDO NOSSA HISTÓRIA I
Diocese do Recife: 30 Anos - Os Antecedentes: Os Ingleses
Descontando as breves presenças francesas e holandesas no Brasil Colônia, o Protestantismo de Imigração deitará raízes no período do Brasil Monárquico, primeiro os ingleses, e, logo a seguir, os alemães. Estes, mais numerosos, vinham para ficar, e eram, em sua grande maioria agricultores, fixando-se em zonas rurais do sul e do sudeste. O pioneirismo inglês seria urbano, costeiro, voltado para a indústria e o serviço, quando a hegemonia do Reino Unido nos campos da economia e da tecnologia (as artes, literatura e filosofia eram de matriz francesas) se mantém no Brasil desde o Tratado de Comércio e Navegação, de 1810 (com a vinda da família real para o Brasil fomos elevado ao status de Reino Unido de Portugal e Algarves) até o pós-Segunda Guerra Mundial, quando, com a bi-polaridade das superpotências e a “guerra fria” , os Estados Unidos da América começa a substituir as influências inglesa e francesa. Vale lembrar que durante o século XIX, a “Era Vitoriana”, a Grã-Bretanha chegou a ter o maior Império registrado na História (um quarto do território terrestre e um quinto da sua população), tendo que abrir centenas de Capelanias Anglicanas em todo o mundo, por iniciativa do governo, além da presença de missionários junto aos nativos, apoiados por Sociedades Missionárias Anglicanas privadas.
O setor de exportação-importação, metalurgia, transportes (trens, bondes e navios), energia (gás e eletricidade) e comunicação (telefone e telégrafo) eram de propriedades inglesas, que, ainda investem no setor bancário e em outros ramos comerciais e de mineração. Numerosas colônias de cidadãos britânicos se estabelecem em nossos principais centros urbanos. Pelo Tratado, eles poderiam – além de clubes e cemitérios – construir templos para o culto anglicano, desde que celebrado em língua inglesa, e que as construções não tivessem símbolos religiosos exteriores. A partir do Rio de Janeiro, esses templos foram construídos, também, em Niterói, São Paulo, Santos, Nova Lima (MG), Salvador, Recife, e, muito posteriormente, em Belém (PA). A jurisdição episcopal era do Bispo de Londres, que ocasionalmente usava bispos em visita ao nosso continente (como o do Havaí, em 1869). Mas em 1874, a Igreja da Inglaterra, a pedido do Ministério das Relações Exteriores, instala a Diocese das Ilhas Falkland (Malvinas), com a Catedral em Port Stanley e escritório em Buenos Aires , com jurisdição sobre toda a América do Sul.
No Recife, passamos a ter o Town Club (um bar no bairro do Recife), o Clube Caxangá, o Country Club, o Cemitério (no bairro de Santo Amaro) e o templo da Holy Trinity Church e casa pastoral, ambos no bairro da Boa Vista. A comunidade inglesa, por causa da amenidade do clima, preferia residir na área Parnamirim – Casa Forte – Apipucos – Monteiro.
A Capelania Britânica de Pernambuco teve início no ano da nossa Independência, 1822, tendo como seu primeiro titular o Rev. John Penny , seguido do Rev. Charles Adye Austin , que construirá o templo, a partir de 1838, na Rua da Aurora, esquina com a então Rua Formosa, onde hoje se encontra o Cinema São Luís. A casa pastoral ficava em uma transversal da Rua Formosa, denominado, por isso mesmo de “Beco do Padre Inglês” (o ministro anglicano), posteriormente Rua do Padre Inglês (hoje dominada pelos batistas...).
Estão registrados os seguintes Capelães que aqui serviram: Rev. J. Midgley (1874-1892), Rev. William Ding (que morre de febre amarela e é aqui sepultado), Rev. W.E. Macray (1893-1918), Rev. F.M. Lane (1900-1902), Rev. George Baile (1903-1918, que morre nos campos de batalha da Primeira Guerra Mundial, integrando o contingente de voluntários anglo-pernambucanos), Rev. J. Meredith Bate (1920-1922), Rev. Archbald Nocol (1922-1936), Rev. H.J. Dobb (1940-1941). Sem registro preciso das datas de seus períodos, seguem-se os reverendos: Eric C. Wilcokson, J. Gould, D.N. Jackson. Theodore Hina, Cecil R. Burton, R.F. Pearce e John Ellsworth (início dos anos 1960, quando o conheci e a Igreja, ainda com alta freqüência de ingleses e de seus descendentes).
Quando, em 1944, a Prefeitura do Recife resolveu alargar a Rua Formosa, transformando-a em Av. Conde da Boa Vista, foi desapropriado o terreno do antigo templo dos ingleses. Estes compraram um outro no quintal do Country Club, na Rua da Matinha (depois Carneiro Vilela), onde edificaram outro templo, aproveitando móveis, utensílios, o gradil e os vitrais do templo antigo. Ali foi posto o primeiro órgão de tubos de todo norte e nordeste do Brasil.
O último Capelão inglês (meu amigo, discipulador, assessor da ABU, professor dos Seminários Congregacional, Batista e Presbiteriano), o inglês Dionísio (Dennis George) Pape era, na realidade, um Batista, feito Ministro Leigo para oficiar orações matutinas e funções pastorais não-sacramentais, pelo Bispo Sherrill . Foi o Rev. Pape quem me deu o meu Primeiro LOC (Livro de Oração Comum), edição de 1930, da então Igreja Episcopal Brasileira, que uso e conservo com carinho até hoje.
As Capelanias Britânicas eram fechadas, atendendo apenas os estrangeiros, e não tinham nenhuma motivação missionária junto aos brasileiros ( “Eles já têm a religião deles...” ). Diziam, criticamente, os integrantes do protestantismo de missões (que tem início, em1855, com os congregacionais): “Os ingleses deixam na Inglaterra o seu capote (sobretudo) e a sua Bíblia” . A Capelania do Recife atendia os ingleses de todo o Nordeste, realizando, ocasionalmente, cultos em outras cidades. Um número reduzido de brasileiros se tornou anglicano por casamento, ou por terem conhecido a nossa igreja em visitas de estudo ou de trabalho à Inglaterra. Por outro lado, é inegável que os ingleses deixaram inestimável contribuição cultural e tecnológica para o nosso País, e fixaram a imagem do Anglicanismo como um ramo histórico, reformado e respeitável da Igreja de Jesus Cristo (altas autoridades da Corte Imperial estiveram presentes à inauguração do templo do Rio de Janeiro, protegido pela Polícia, ante a ameaça de apedrejamento de parte de um quitandeiro português...).
Com o fim do Império Britânico e a nova hegemonia dos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial (anos 1940 e 1950) – quando tivemos lutando, também, um contingente de anglo-pernambucanos – a maioria dos ingleses aqui residentes foram voltando para a Grã-Bretanha, outros foram morrendo ou estavam demasiado idosos, outros se tornaram Católicos Romanos por casamento, ou se secularizaram, iniciando o declínio das Capelanias.
A Igreja Episcopal Brasileira, nos anos 1960, estava marchando para ser uma Província Autônoma da Comunhão Anglicana, e inicia gestões diplomáticas para integrá-las, bem como as Capelanias Japonesas (São Paulo e Paraná) à nascente Província. Esse trabalho foi feito por Dom Edmund Knox Sherrill , Bispo da Diocese do Brasil Central, com sede no Rio de Janeiro, e com jurisdição do Paraná à Amazônia. Progressivamente, todas as Capelanias foram mudando de jurisdição, e se integrando à Província brasileira, com exceção (até os nossos dias) da Christ Church (Rua Real Grandeza, Botafogo) no Rio de Janeiro.
Uma assembléia paroquial da Capelania do Recife, Holy Trinity Church, decidiu por essa filiação, enviando como delegada ao Concílio da Diocese do Brasil Central a Sra. Conti . A IEB ficava com o compromisso de assistir os súditos de Sua Majestade, residentes ou de passagem, em suas necessidades religiosas. Cultos em Inglês (por fim apenas uma vez por mês) aconteciam até o início da década de 1990, bem como o Culto Memorial, no dia de Finados, celebrado no Cemitério dos Ingleses. Nesse período de transição serviram no Recife dois norte-americanos: os reverendos John Said (depois Bispo Sufragâneo em Miami) e Phillip Getchell , até 1975 (que inicia a evangelização de crianças pobres da comunidade de Brasilit apanhadoras de bola de Golfe no Clube Caxangá, realizando estudos bíblicos informais embaixo das árvores).
O trabalho de evangelização para brasileiros, em língua portuguesa, tem como pioneiro, em 1966, o Rev. Alfredo Rocha da Fonseca Filho , pernambucano de origem presbiteriana, formado no Seminário de Porto Alegre. Embora membro da Igreja Luterana (IELB) acolitei o seu primeiro culto e o culto da primeira visitação episcopal. Simpático, dinâmico, comunicativo, o Rev. Alfredo divulgou o Anglicanismo em nossa sociedade, fez amizades na imprensa, realizou o primeiro ato ecumênico, de Páscoa, no Country Club (que tinha os clérigos anglicanos como sócio-honorários), com o Padre da Matriz do Espinheiro e o Pastor da Igreja Presbiteriana da Encruzilhada, promoveu Conferências e Concertos de órgão de tubo (aqui trazendo o grande orador e músico Rev. José Del Nero ). Nessa época havia dois cultos dominicais: um em inglês e um em português. Um grupo expressivo pioneiro de confirmandos brasileiros foi deixado pelo Rev. Alfredo , que teve de fugir do Recife perseguido pela ditadura militar, por dar assistência pastoral aos presos políticos da Casa de Detenção. Foi substituído pelo Diácono Rev. Paulo Medeiros (1968-1969), carioca de origem Batista, que deixou o ministério e se tornou conhecido psicanalista no Recife.
Em março de 1975 é designado como Pároco o Rev. Paulo Ruiz Garcia , paulista de origem presbiteriana. Em 20 de maio de 1976 encerra-se, definitivamente, o Ciclo da Capelania Britânica, com a criação, pelo Sínodo Geral da agora Igreja Episcopal do Brasil, da Diocese Setentrional, com sede no Recife, desmembrada da Diocese Central, com jurisdição sobre todo o Norte e o Nordeste, sendo designado Bispo o Revmo. Dom Edmund Knox Sherrill , norte-americano, que passaria a aqui residir em 1977, até janeiro de 1986 (continua).
(Compilação Histórica:
Revmo. Dom Robinson Cavalcanti )
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
CUT-PE lança Plataforma da Classe Trabalhadora Eleições 2008
Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco (CUT-PE) lançou nesta sexta-feira (15), às 10h, em sua sede no Recife – Rua Dom Manoel Pereira, 183, Santo Amaro, a Plataforma da Classe Trabalhadora para as eleições de 2008, que focaliza quatro eixos: Igualdade, distribuição de renda e inclusão social; Valorização do trabalho; Estado indutor do desenvolvimento; Democracia e participação popular. As propostas contidas na "Plataforma" foram elaboradas ao longo do ano passado, durante a Jornada Pelo Desenvolvimento com Distribuição de Renda e Valorização do Trabalho, série de debates que percorreu o país no ano passado com o objetivo de analisar as necessidades econômicas e sociais das diferentes regiões para, em seguida, elaborar planos de desenvolvimento e superação das desigualdades a partir da ação sindical.
Quer saber mais entre no Site da CUT/PE
Quer saber mais entre no Site da CUT/PE
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
O ANGLICANISMO E SUAS MARCAS
Cada ramo do Cristianismo desenvolveu suas marcas, ênfases, estilos, mentalidades caracterizadoras e diferenciadoras, enriquecendo o todo do Corpo de Cristo. Em nosso caso, o denominamos de “Ethos Anglicano” , o jeito anglicano de ser. Por sermos, ao mesmo tempo, uma Igreja Católica e Protestante, somos peculiares, e muitas vezes não somos devidamente compreendidos pelos que estão nos dois pólos, ou por nós mesmos, quando não incorporamos os dois pólos, e fazemos a riqueza da síntese. “Católicos para toda a Verdade de Deus, e Protestantes contra todos os erros dos homens” , já se afirmou.
1. Somos Uma Igreja Católica, isto é Histórica, em sua continuidade desde Jesus Cristo, e não por qualquer “fundador” posterior; Universal em sua composição e destinação, preservando os Credos, o Episcopado Histórico e as três Ordens históricas: bispos, presbíteros e diáconos, e os Sacramentos, respeitando a Tradição, e adotando uma Liturgia elaborada, com todo um acervo do passado, bem como símbolos, ritos e cerimônias acumuladas ao longo dos tempos e culturas. Enquanto os ramos católicos (orientais e ocidentais) valorizam a pré-Reforma Protestante e os ramos protestantes valorizam a Reforma e a Pós-Reforma, nós procuramos manter o positivo de todos os tempos. Sobre essa nossa continuidade e peculiaridade escreveu um autor: “Quaisquer que tenham sido a ocasião e as circunstâncias da Reforma do Século XVI, as Igrejas Anglicanas sempre reivindicaram inquebrável continuidade, na fé e na ordem, com a Igreja Universal da Antiguidade... Os Anglicanos aceitam os Credos e as decisões doutrinárias dos sete primeiros Concílios da igreja indivisa como legítimas interpretações da Revelação Escriturística... E insiste, também, em manter as três ordens sacras: bispo, presbítero e diácono, em sucessão desde os tempos apostólicos e da Igreja Primitiva” .
2. Somos Uma Igreja Protestante, como Reforma Inglesa, adotando os postulados daquele importante movimento do Século XVI. O Livro de Oração Comum e os XXXIX Artigos de Religião são inegavelmente protestantes, em sua crítica ao passado, em sua negação das doutrinas não-escriturísticas, em sua ênfase na Autoridade das Sagradas Escrituras e na Salvação pela Graça mediante a Fé em Jesus Cristo , a liturgia no vernáculo, a dignidade do casamento dos ministros ordenados e o sacerdócio universal de todos os crentes. Nossa Liturgia foi fortemente influenciada pelo Luteranismo e nossa concepção moderada de Predestinação nos veio do Calvinismo, embora com Wycliffe e os Lolardos , com a pré-Reforma, as idéias protestantes já estavam nas Ilhas Britânicas desde o século XIV. Nossos Artigos de Religião (Artigo VI) afirmam: “A Escritura Sagrada contém todas as coisas necessárias para a salvação; de modo que tudo o que nela não se lê, nem por ela se pode provar, não deve ser exigido de pessoa alguma seja crido como artigo de fé, ou julgado como requerido ou necessário para a salvação” , e (Artigo XI) afirmam : “Somos reputados justos perante Deus, somente pelos méritos do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo pela Fé, e não por nossos merecimentos ou obras. Portanto, é doutrina mui saudável e cheia de consolação a de que somos justificados somente pela Fé...” .
3. Somos Uma Igreja Inclusiva, não padronizadora, nem uniformizando todos os detalhes e proibindo toda a diversidade. Nosso princípio vem da Patrística: “No Essencial, Unidade; no Acidental, Diversidade; em tudo Caridade ” . Mantendo as doutrinas centrais, adotamos o princípio reformado da “adiáfora” (indiferença) para as questões secundárias, onde não haja clareza bíblica nem consenso histórico, e seja lícita uma diversidade de usos e costumes, conforme os tempos e culturas. A Declaração de Montreal, “Essência do Anglicanismo” , de 1974, afirma (item 6): “O não-essencial não deve ser requerido de ninguém como crença, nem exigido como matéria de doutrina, disciplina ou culto” , e, ainda, (item 14): “Nesta declaração cremos estar insistindo somente naquilo que é genuinamente essencial. No que se refere ao não-essencial, devemos pedir a graça do Senhor para reconhecer e respeitar a liberdade dos outros que tem caracterizado tradicionalmente nossa herança anglicana” . Convivemos com correntes internas, como os anglo-católicos e os anglo-evangélicos, dentre esses encontramos tradicionais e carismáticos, calvinistas e arminianos de diversos matizes, além de divergências nas ênfases litúrgicas ou quanto a ordenação feminina. A Inclusividade, também denominada de Compreensividade, é sinal de maturidade. Hans Küng escreveu que uma marca do Anglicanismo é a sua maturidade, sua moderação, o seu bom senso, onde não há espaço para extremismos e fanatismo. Com uma compreensão do pecado não só individual, mas, também institucional, nosso tratamento disciplinar tem sido sempre marcado por uma ênfase fortemente pastoral.
4. Uma Igreja Ecumênica, Universal e não Seita, consciente de que não somos “a” Igreja, nem “a Igreja Perfeita” , mas “uma parcela reformada e provisória da Igreja Universal” de Cristo. Provisória, porque escatologicamente cremos que um dia “haverá um só rebanho e um só pastor” ; Parcela, porque reconhecemos que há cristãos em outros ramos dessa mesma Igreja, tanto reformados (com quem mais nos identificamos), quanto não-reformados (Igreja de Roma e Igrejas Orientais), que, para os Reformadores “apesar dos seus erros e superstições são, ainda, ramos genuínos da Igreja de Cristo” . Combatemos esses “erros e superstições” e não sua fé Credal. A Declaração de Montreal chama a Igreja de “sociedade sobrenatural” , “família de Deus” , “Corpo de Cristo” , “Templo do Espírito Santo” : “É a comunidade dos crentes, justificada pela fé em Cristo, incorporada à vida ressurreta de Cristo, e posta sob a autoridade das Sagradas Escrituras” . Tendo como base doutrinária do Quadrilátero de Lambeth, e não negociando seus princípios essenciais, a Comunhão Anglicana tem participado, desde o início do Movimento Ecumênico, com as Igrejas que professam as doutrinas contidas nos Credos: Apostólico e Niceno. Temos participado de conversações, e ações cívicas, visando o bem-comum de todos os cidadãos, com outras religiões que não confessam essas verdades credais, mas a isso não denominamos, em nossos documentos oficiais, de Ecumenismo, mas de Diálogo Inter-Religioso.
5. Uma Igreja Missionária, que leva a sério a Grande Comissão, de ir para todas as nações e pregar o Evangelho, fazendo discípulos. A Comunhão Anglicana (sem falar nas “igrejas continuantes” , ou anglicanos não em comunhão com a Sé de Cantuária) estamos presentes em 164 países (buscando atingir outros), como resultado do trabalho sacrificial de sociedades missionárias e de ações evangelísticas de Províncias, Dioceses e Paróquias, com crescimento maior, nas últimas décadas, no Hemisfério Sul. A Conferência de Lambeth de 1988, ao lançar a “Década da Evangelização” , optou por uma concepção de Missão Integral, formada por cinco “avenidas” , ou áreas: a) Proclamar as Boas Novas do Reino; b) Ensinar, Batizar e Instruir os novos crentes; c) Responder às necessidades humanas, por serviço em amor; d) Procurar transformar as estruturas injustas da sociedade; d) Defender a vida e a dignidade da Criação, sob a seguinte definição: “Evangelização é a apresentação de Jesus Cristo, no poder do Espírito Santo, de tal maneira que os homens passem a conhecê-lo como Salvador e servi-lo como Senhor, na comunhão da Igreja, e na vocação da vida comum” .
Sobre esse ramo católico, protestante, inclusivo, ecumênico e missionário da Igreja de Jesus Cristo, escreveu o teólogo calvinista e um dos editores da “Bíblia de Genebra” (e membro da nossa Igreja) J.I. Packer: “O Anglicanismo contém a mais rica, a mais vasta e a mais sábia herança de toda a Cristandade” .
(Compilação: Revmo. Dom Robinson Cavalcanti
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Bens de Yves Ribeiro é Bloqueado pela Justiça
04/08/2008 Yves com os bens bloqueadosJuíza de Paulista aponta irregularidade na contratação de pessoal
PREFEITO e seis secretários terão 15 dias para apresentar a defesa
GILBERTO PRAZERES
Acatando denúncia por improbidade administrativa do Ministério Público, através de Ação Civil Pública, a juíza da Vara da Fazenda Pública da Comarca de Paulista, Ana Carolina Paiva, determinou o bloqueio de todos os bens do candidato à reeleição à Prefeitura, Yves Ribeiro, e dos secretários Nelson de Andrade Lima, José Geraldo Lima, Jaqueline Moreira da Silva, Marcionilo Barreto Gomes, Fernando José Pessoa dos Santos e Vera dos Santos Fragoso. A magistrada entendeu como irregular a contratação, em regime especial, de 1.927 servidores e exigiu a demissão de todos que se encontram nessa situação. Além disso, determinou a convocação de concurso público para o preenchimento destas vagas e a devolução dos valores gastos com os salários durante todo o período em que os funcionários ocuparam os cargos.
Segundo a magistrada, os pressupostos não respeitados pela Prefeitura dizem respeito à “determinabilidade temporal” da contratação, ou seja, os contratos firmados com esses servidores devem ter sempre prazo determinado, contrariamente, aliás, do que ocorre nos regimes estatutário e trabalhista. De acordo com a Ação, a Prefeitura estava renovando seguidamente os contratos, desrespeitando tal determinação.
Depois, o pressuposto da “temporariedade” da função: a necessidade desses serviços deve ser sempre temporária. Se a necessidade é permanente, como estava ocorrendo no município, o Estado deve processar o recrutamento de concursos públicos. O que descartaria a admissão de servidores temporários para o exercício de funções permanentes. “Se tal ocorrer, porém, haverá indisfarçável simulação e a admissão será inteiramente inválida”, carimbou a juíza Ana Carolina Paiva.
Para cumprimento do bloqueio dos bens, a juíza expediu ofícios aos cartórios de registro de imóveis das Comarcas de Paulista, Igarassu, Itamaracá, Olinda e Recife, comunicando a impossibilidade da transferência dos imóveis de propriedade dos mesmos, e ao Detran-PE e ao Ceretran local, a fim de impedir a transferência de veículos registrados em nome dos réus. Em caso de descumprimento das determinações, incidirá multa diária no valor de R$ 5 mil.
Os réus terão 15 dias para apresentação de defesa. A assessoria jurídica do candidato-prefeito Yves Ribeiro garante que a contratação de funcionários pela Prefeitura foi feita dentro da legalidade e que não houve qualquer comprometimento aos cofres públicos.
Fonte: Folha de Permambuco
terça-feira, 15 de julho de 2008
A Espiritualidade Anglicana
Rev. Gerardo Jaramillo González
A Espiritualidade Anglicana está em tudo aquilo que, sendo próprio do anglicanismo, favorece, fomenta e acrescenta a espiritualidade humana. Está em tudo aquilo que sendo anglicano, melhora a sua capacidade reflexiva, a sua fé e os dons do Espírito Santo, o transcendente que existe na pessoa humana e sua relação com o transcendente, com a própria pessoa, e com as coisas que a rodeiam. São quatro as ênfases que mais se sobressaem na Comunhão Anglicana: 1. A adesão às Sagradas Escrituras; 2. A tricotomia Bispo - Sucessão Apostólica – Grande Comissão; 3. A Liturgia; 4. A Capacidade de Adaptação.
1. A primeira ênfase do Anglicanismo está nas Sagradas Escrituras. Ênfase que é comum a todas as tendências da Reforma. Isto se manifesta de mil formas, das quais destacamos a profissão de fé, que se exige a todo o anglicano, e em especial a seus ministros, assim explicitada: “Declaro solenemente que creio que as Sagradas Escrituras do Antigo e do Novo Testamento são a Palavra de Deus, e que contém todas as coisas necessárias para a salvação...” (Loc. 383);
2. A segunda ênfase do Anglicanismo é essa tricotomia: Bispo – Sucessão Apostólica – Grande Comissão. A marcha da Comunhão Anglicana, Uma, Santa, Católica e Apostólica, que se dá “entre as angústias do mundo e os consolos de Deus”, gira em torno de um eixo: o Bispo. “Nele reside o poder executivo da Diocese, é o pastor principal, o guardião da fé, o símbolo da unidade, o pai da família eclesiástica da diocese. É ele o representante legal da Igreja diante do Estado, o presidente do Concílio Diocesano e do seu Conselho Executivo”. Por essa centralidade e ênfase no Episcopado é que boa parte do Anglicanismo é conhecido pelo nome de “IGREJA EPISCOPAL”. Daqui surge uma virtude que deve ser cultivada por todo bom anglicano: a obediência de Deus, a Jesus Cristo, que é quem nos lega a Grande Comissão, e ao Bispo, eixo da Igreja, legítimo sucessor dos Apóstolos, e encarregado de levar a efeito o cumprimento da missão recebida.
Dado que essa doutrina se baseia em boa parte nos Pais Apostólicos, sintetizamos tudo isso sob o título de “Patrística”. A segunda ênfase recai, então, sobre a patrística, dentro da qual se destaca o pai da configuração do episcopado: Inácio, o mártir e bispo de Antioquia. Os bispos trazem sobre os seus ombros e transmitem de geração a geração a grande comissão que é a que em síntese nos traz Mateus 28:18-20, e que diz: “Todo o poder me é dado no céu e a na terra. Portanto ide e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-lhes a guardar todas as coisas que tenho ordenado, e eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo”.
3. A terceira ênfase está em sua liturgia, a qual, por sua vez, gira em torno do Sacramento Eucarístico. Aqui se inclui o Ofício Diário, a Oração Matutina, o Ofício para o Meio Dia, a Oração Vespertina diária, a grande Litania, e todas as formas de oração para leigos e clérigos. Aqui se inclui as cerimônias dos Sacramentos e dos Ritos Sacramentais de acordo com a instituição de Cristo, ou elaborados nos tempos apostólicos ou pós apostólicos sob a direção do Espírito Santo. Aqui se inclui os ritos de Celebração Eucarística, sob várias formas e as cerimônias de consagração dos bispos e os ritos de ordenação dos presbíteros e diáconos.
Por meio do Livro de Oração Comum (LOC) se administram os sacramentos, sinais externos que, conjuntamente com as formas sacramentais, conferem a graça a todos os que se convertem ao Senhor.
Fomenta-se o canto, inclusive o das diversas denominações, a piedade e as suas manifestações externas, mantendo-se, porém, sempre, a linha de uma estrutura litúrgica que nos diferencia das confissões alitúrgicas.
4. A quarta ênfase reside em sua capacidade de adaptação, ou capacidade de nascer das diversas culturas, qualidade que poderíamos sintetizar na palavra “contextualização”. O anglicanismo nasceu de um desprender-se da liturgia romana para elaborar outra que recolhera os valores dos anglos, que se contextualizaria para os ingleses. Por isso se diz que a Reforma Inglesa apontou prioritariamente para a liturgia que se incrustou nas leis do reino.
Quando essa comunhão católica chega aos Estados Unidos da América, a liturgia se volta para a cultura americana e se adapta à constituição, às leis e às idiossincrasias dos norte-americanos.
Na África, onde há nações de maioria Anglicana – mantendo-se sempre a sua essência – o Livro de Oração Comum assimila ritos e costumes da raça negra, e assim, juntamente como ornamentos, mitras e demais vestes, muitas vezes vão adornados com plumas e com a flora das nações afro.
Não é sem razão que o prefácio do Livro de Oração Comum, atualmente em uso, começa: “É uma parte muito inestimável na bendita liberdade com que Cristo nos fez livres, permitir sem ofensa alguma, diferentes formas e práticas em seu culto contanto que se conserve íntegra a essência da fé”. Aqui se expressa, como tudo o que é essencialmente anglicano, sua capacidade de adaptação, que viemos a denominar de “contextualização”.
Mas, como essas quatro ênfases contribuem para a espiritualidade anglicana? Por parte das Sagradas Escrituras, a resposta é óbvia: não há um livro entre todos os que se guardam nas bibliotecas do mundo que contribua tanto para o melhoramento da reflexão, pelas verdades que revela, que contribua tanto para a justiça e o amor, a retidão e o bom uso da liberdade por sua moral, ao crescimento da fé pelos mistérios que revela, como a Bíblia.
Os Pais da Igreja (como segunda ênfase) contribuem para o aprofundamento da espiritualidade dos anglicanos enquanto aclaram a configuração do episcopado, que vem indubitavelmente dos apóstolos, e que recebe a Grande Comissão para transmiti-la aos respectivos herdeiros da sucessão apostólica. A espiritualidade anglicana está comprometida com a Grande Comissão, que é levar, de forma missionária, “tudo que vos tenho ensinado”, toda a revelação de Jesus Cristo. Daqui se depreende que a espiritualidade anglicana inclua, definitivamente, obediência aos legítimos pastores, catolicidade, ênfase missionária e apostolicidade.
A Liturgia (terceira ênfase) influi definitivamente na espiritualidade pela oração litúrgica e extralitúrgica, que é para os leigos e clérigos, homens e mulheres, todos encontram aqui o grande meio para comunicar-se com Deus e o transcendente, e recebem os auxílios naturais que se resumem no presente da graça criada e incriada. Aqui se favorecem, fomentam e acrescentam os valores espirituais da fé e da caridade, da reflexão, da adesão ao bem, da liberdade da verdade em Cristo, da vivência da própria transcendência e o contato com o transcendente.
A quarta ênfase espiritualiza o homem enquanto encarna a Cristo em todas as nações, línguas, raças e culturas. Assim se espiritualiza cada nacionalidade com suas constituições e leis. Com a vivência de um Cristianismo assim contextualizado, tudo no homem se converte em um apêndice da espiritualidade: o corpo, a diversão, a música, o sexo, o trabalho, a geografia e a história de cada povo, na medida que tudo isso se cristifica melhora tudo o que é a espiritualidade humana.
Concluamos dizendo que quando compreendemos em que está a espiritualidade anglicana, temos de romper com o cordão umbilical das comunhões e denominações de onde procedemos.
Não podemos enfatizar as emoções por cima das convicções, nem substituir em sua totalidade nossos ritos de profundo conteúdo pelo êxtase, ou preservar as ênfases romanas em que a Sexta-Feira da Paixão predomina sobre o Domingo da Ressurreição, e onde se caminha mais com a procissão da Virgem do Carmo do que com o Pentecostes.
Enquanto não rompermos com essas ênfases do passado e de outras denominações não captaremos a espiritualidade anglicana, e nem seremos anglicanos.
Rev. Gerardo Jaramillo González
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Reforçando as Trincheiras
Dom Robinson Cavalcanti (*)
Deus escreveu sua Lei nas tábuas entregues a Moisés. Os textos históricos, poéticos e proféticos registram o Antigo Testamento. Os Evangelhos, as Cartas Apostólicas, os Atos dos Apóstolos e o Apocalipse, escritos por homens inspirados, formam o Novo Testamento. Esse conjunto compõe a Bíblia. A Revelação de Deus é escrita. Somos o povo do Livro. Ao longo da história da Igreja, dos Pais Apostólicos e Pais da Igreja aos Reformadores e Pós-Reformadores, pessoas iluminadas e comprometidas, explicaram e aplicaram a Revelação às necessidades e às conjunturas, em textos que, em conjunto, formam a tradição da Igreja, o consenso dos fiéis, legado que nos cabe preservar, atualizar e transmitir, com novos textos. Os textos bíblicos, os dos seus intérpretes ao longo dos séculos, a conjuntura dos momentos bíblicos, dos momentos dos escritores posteriores e do nosso, são dados objetivos; porém deles nos aproximamos com nossas subjetividades, condicionamentos e métodos, o que requer de cada um de nós honestidade e humildade.
Há, na vida da Igreja, lugar para a palavra falada, cantada, dramatizada, na proclamação das Boas Novas, no ensino da verdade, na conclamação à comunhão, na exortação ao serviço, e na denúncia profética aos pecados individuais, sociais e estruturais. Palavra falada que consola e exorta. Há também, na vida da Igreja, lugar para a palavra escrita, nas mesmas dimensões, com os mesmos compromissos e ministérios, sob o mesmo Espírito. A palavra falada e a palavra escrita devem estar em harmonia entre si e com as Escrituras Sagradas, que apontam para a Palavra Encarnada: Jesus Cristo, nosso Salvador e Senhor. Daí os riscos das “revelações” privadas e de textos fora do contexto, fontes de heresias e de fanatismos, descolados do Corpo. Os textos bíblicos não foram “psicografados”, nem seus intérpretes devem cumprir a sua tarefa sob transes “mediúnicos”, ou equivalentes. O senso comum e a intuição têm o seu lugar, assim como o uso instrumental dos métodos filosóficos e científicos, para uma melhor e mais acurada compreensão da Verdade. Se há uma dimensão “progressiva” da revelação, temos de ter cuidado com novos ensinos, que não foram feitos no passado de dois mil anos, por uma Igreja composta de pessoas com uma diversidade de dons e assistidas pelo Espírito Santo.
Escrever, pois, é dom, vocação, ministério e disciplina. Em cada época, a Igreja é edificada por esse ministério. O escritor é também leitor, de tudo o que se escreveu até agora e do que se está escrevendo no seu tempo. O escritor cristão não deve usar o seu texto para a promoção pessoal, mas para a honra e glória de Deus e a edificação do seu povo. Os textos escritos em outros países, com sua diversidade de história e contexto, são importantes para a manutenção da catolicidade, e o se evitar o paroquialismo e o sectarismo, mas não devem ser transplantados mecanicamente, pois sempre contêm elementos peculiares de cada cultura misturados com o núcleo do seu ensino edificante. Não podemos deixar de nos preocupar com a desproporção entre a quantidade de obras traduzidas em nossas livrarias cristãs e o reduzido número de autores nacionais (porém relevantes). Muitas vezes, eles encontram dificuldades para publicar os seus textos e a “falta de fé” dos seus próprios irmãos leitores na leitura de autores com sobrenome Silva...
Tenho estado nesse ministério há décadas, grato aos meus professores exigentes da língua portuguesa e aos meus críticos, quaisquer que sejam as suas motivações. Escrevi na imprensa secular e na imprensa religiosa, e pude, pela graça de Deus, publicar doze livros e opúsculos. Espero continuar a fazê-lo, enquanto o Senhor me der condições. Escrever sobre louvor, devoção ou doutrinas espirituais é mais leve, mas adentrar por campos do temas desafiantes do cotidiano, como a responsabilidade social, o compromisso político ou a sexualidade, significa incorrer em maiores riscos de reações. Quando se é descritivo é uma coisa, mas levantar bandeiras ou emitir opiniões pode resultar em reações positivas ou negativas, mais emocionais do que racionais. Quem não gosta, muitas vezes, no lugar de analisar a obra, ataca a pessoa do autor, tentando desqualificá-lo. Devo, na atualidade, escrever sobre os desafios que o secularismo externo e o liberalismo pós-moderno interno, com seu relativismo — inclusive ético —, e o que representam para a saúde e o futuro da Igreja. Já paguei um preço por isso. O cristianismo histórico é chamado a se posicionar, por exemplo, diante da onda pró-homossexualismo. Sobre esse tema, e relatando a violência institucional sofrida pelos anglicanos da Diocese do Recife, é que estou trazendo ao público um novo livro: Reforçando as Trincheiras (Editora Vida). Como escritores cristãos, é nosso dever participar, com nossa vocação e nossos dons, como soldados de Cristo, das batalhas espirituais e das guerras históricas, pois “viver é tomar partido”.
* Dom Robinson Cavalcanti é Bispo Anglicano da Diocese do Recife e autor de, entre outros,
sábado, 28 de junho de 2008
Minhas Fotos
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